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LAPINHA DA SERRA – Cenário de rara beleza

(por: José Rodolpho Assenço)

                        Uma das mais belas e emocionantes viagens que realizei no ano passado foi sem duvida a visita ao pacato vilarejo de Lapinha da Serra, nas encostas da Serra do Cipó e a Serra do Intendente.

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                        Saímos muito cedo para tal feito, eu e Nayara seguimos por rodovia estreita e asfaltada até atingirmos a sede  do município de Santana do Riacho, pequena e tranqüila cidade, com algumas casas estilo “decó”, onde, atravessando toda a cidade calçada por paralelepípedos ao final encontramos a saída de terra para a Lapinha.

                        O trecho de terra foi bastante sofrido, bem acidentado com muitas curvas e muitos buracos o que nos demandou bastante tempo para percorrer seus quatorze quilômetros.

                        Transposta a estrada de terra, seguimos por uma descida ao Distrito de Lapinha da Serra onde, pudemos observar tanto algumas casas simples e singelas, bem como algumas grandes casas de veraneio.  No centro próximo ao largo, estacionei o carro e aproveitamos para fazer uma caminhada pelo vilarejo.

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                        Lapinha de Belém como era chamada pelos antigos moradores, a pouco mais de cento e cinqüenta quilômetros de Belo Horizonte, possui aproximadamente seiscentos habitantes que vivem principalmente do turismo e também da agricultura.  Esta localizada ao pé do Pico da Lapinha, situada na também conhecida Serra do Breu contraforte da Serra do Intendente.  Toda a região esta em área de preservação ambiental do Morro da Pedreira.

                        Próximo a Lapinha é possível acessar lagos, cachoeiras, grutas e sítios arqueológicos, locais adequado para diversas praticas esportivas.  Em seu lago é possível nadar, andar de canoa ou caiaque. Proibido porém a utilização de lanchas e motores.

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                        O lago tem o nome de Represa da antiga Usina Coronel Américo Teixeira, hoje Represa da Lapinha. Construída na década de cinqüenta do século passado e hoje desativada.  Ela é composta de dois grandes lagos ligados um ao outro por meio de um canal, sendo que o primeiro, banha as margens do vilarejo e, é de fácil acesso e também o mais visitado.  

                        Existe uma trilha que sobe a Serra do Breu até o Pico do Cruzeiro de onde é possível avistar os dois lagos bem como toda a comunidade de Lapinha da Serra.

                        Acontece também em Lapinha alguns festejos em especial o de São Sebastião, padroeiro da localidade, como também semanalmente seus moradores realizam o Batuque com danças, tambor, pandeiro e violas.

                        De volta ao centro, seguindo por diversas ruas, fomos avisados para fazer um passeio pelo lago, atravessando-o e visitando as pinturas rupestres.  Perguntei a um idoso que caminhava lentamente quem poderia nos guiar nesse passeio e ele prontamente nos indicou seu filho e na seqüência nos guiou até a uma casa onde pediríamos informação.

                        Assim, logo depois de alguns minutos de conversa, partimos no barco desse senhor que nos conduziu pelo lago em sua singela canoa tocada por um varão, senhor este bastante simpático e comunicativo.  O senhor filho do idoso nos contou detalhes da vila do povo e da tranqüilidade do local.  Foi questionado também por Nayara sobre detalhes do funcionamento  do posto de saúde básico do distrito, assunto do qual discorreu com clareza dizendo possuir uma enfermeira muito ativa e atenciosa que cuida de cada morador com muita atenção e carinho.

                        No passeio a canoa atravessamos diversas vegetações, e, em determinado momento observamos alguns cavalos atravessando o lago.  De dentro da para observar algumas boas casas a sua margem, próximo à vila.

                        Ao final do translado ele encalhou a canoa, momento em que descemos e iniciamos uma íngreme e pequena subida até atingirmos as pinturas rupestres em meio a um paredão da serra.

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                        As pinturas com aproximadamente sete mil anos de idade foram realizadas nesse paredão utilizando-se de, sangue, pigmentos de rochas, ervas e óleo, e que resistem a todas as condições de tempo até os dias de hoje.  Nelas estão retratadas coisas do cotidiano como mulheres grávidas, mulheres em parto, animais representando sua caça abundante, e alguns seres não humanos que, acredita-se ser a representação de seus deuses.

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                        Finalizada a visita, retornamos a canoa em direção a Lapinha -,momento esse que aproveitei para inúmeras fotos do lago da Serra do Breu e do conjunto visual desse rincão.

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                        Em Lapinha, retornamos ao centro por onde continuamos passeando até o momento que já cansados, questionei a uma senhora onde poderíamos comer alguma coisa e tomar uma gelada.  Prontamente ela nos indicou o bar da Valeria em frente à capela.

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                        Chegando ao local percebi que estava muito cheio e decidi por subir uma ruela onde atingi um bom restaurante de onde se avistava a capela, o centro da pequena vila, e o enorme paredão da Serra do Breu.

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                        Nesse local permaneci por uma hora, inicialmente tomando uma cerveja e na seqüência servindo do almoço em fogão a lenha.

                        Com o chegar do final da tarde, me veio muita tristeza de ir embora de tão belo local, onde deixei a promessa de retornar para passar alguns dias e inclusive realizar uma caminhada até o Pico do Cruzeiro na imponente Serra a minha frente.

Informações : setur@santanadoriacho.mg.gov.br  tel (31) 3718-7458