SÃO JORGE – Raízes e Cristais

                        Em maio do ano passado, eu e Nayara tivemos a satisfação de visitar a vila de São Jorge durante o encontro Raízes- Encontro de Raizeiros, Parteiras, Benzedeiras e Pajés na Chapada dos Veadeiros em companhia também de nosso amigo Cícero que, na ocasião, foi o incentivador dessa visita.

                        Já havia visitado São Jorge por diversas vezes, em grande parte somente de passagem para o Parque da Chapada dos Veadeiros, ou para alguma cachoeira.  Minha primeira visita aconteceu no ano de 1983 acompanhado de alguns amigos, onde, saindo de Alto Paraíso, atingimos São Jorge depois de uma demorada viagem em estrada de terra.

                        Trajeto esse que tive o dissabor de ter meu pára-choque arrancado pela trepidação na rodovia de terra após diversos solavancos, bem como de ter atropelado uma siriema suicida.

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                        Nessa primeira visita, não havia quase nada no local apenas a vila de garimpeiros ainda sem luz elétrica e, onde encontramos uma grande venda ou mercearia que possuía geladeiras de querosene, o que nos proporcionou tomar uma cerveja quando do retorno das cachoeiras.

                        O povoado de Baixa, antigo nome de São Jorge, assim era chamado, pois ficava em um local abaixo de Alto Paraíso, começou a receber inúmeros garimpeiros a partir de 1950 em busca de cristais muito utilizados em material bélico, já que a vila esta as margens de enormes veios de cristais de quartzo.   Em 1960, a vila decaiu em conseqüência da construção de Brasília que levou inúmeros desses garimpeiros em busca de trabalho.

                        Em determinado momento o vilarejo por influencia do Senhor Zequita, pessoa influente na região teve seu nome alterado de Baixa para São Jorge, seguindo a devoção desse senhor.  Zequita buscou em São Paulo uma imagem do referido santo que foi colocada na capela construída pelos garimpeiros.

                        No mês de abriu acontece os festejos em devoção a São Jorge no povoado.

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                        Acontece ainda no final do mês de julho e inicio de agosto o Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros, tendo a Casa de Cultura sua sede.

                        Retornando a nossa visita, estávamos em São Jorge para o Encontro Raízes que acontece em meados do mês de maio, e, para tanto aproveitei de nossa estada para realizar algumas fotos do encontro bem como da vila, suas casas e suas ruas para uma futura matéria.

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                        Do encontro raízes, decidimos em não expor fotos, deixando isso para os fotógrafos do evento, porem, escolhi uma foto estourada de Nayara no momento em que recebia a benzida do Pajé.

                        Ainda sobre o encontro que aconteceu em diversos sítios da vila, teve sua sede principal na Casa de Cultura; Cavaleiros de Jorge e na feira de produtos montada a sua frente.

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                        No sábado de noite tive a oportunidade de participar com Cícero de festa do evento realizada na Casa de Cultura, que perdurou por toda a madrugada.

                        Nesses dois dias de evento alem de, assistir algumas palestras sobre ervas medicinais e raizadas, e alguns ensinamentos do povo do cerrado, aproveitei para conhecer diversos novos restaurantes e pousadas que se instalaram na vila ao longo desses anos.

                        Tive a oportunidade de visitar o Mirante da vila com diversas trilhas e lanchonete, alem de diversos pontos de observação tanto para o belo por do sol como inúmeras estrelas.

Já no domingo, dia de retorno a Brasília,  tendo nos despedido do Cícero, seguimos de São Jorge pela rodovia poucos quilômetros até um acesso de terra que segue para a pousada e restaurante Villa das Pedras, local de grande beleza, com um delicioso banho de rio e um bom restaurante.

                        Após o almoço iniciamos nosso retorno a capital.