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Pontal do Coruripe

(por: José Rodolpho Assenço)

                       Encontrava-me hospedado na Praia do Francês, em um domingo de janeiro do corrente ano. Sabedor de que as praias e locais próximos a Maceió estavam por demais lotadas de turistas, principalmente os de fim de semana, achei por bem realizar um de meus planos: visitar o Pontal do Coruripe, lugar de rara beleza.

                        Peguei a ferramenta principal, a máquina fotográfica, e parti pela AL 101, estrada costeira estadual que prossegue rumo sul. Sabia que essa via encontrava-se em reforma e que, por isso, nem todo o trajeto de pouco mais de cem quilômetros seria tranquilo.

                        Após a entrada para São Miguel, observei que a via piorara muito. Deparei-me com alguns percalços, mas não desanimei.

                        Pouco antes da cidade de Coruripe, a aproximadamente uns oito quilômetros entrei na via que segue ao Pontal, deparei-me com uma pequena vila, onde conheci a Igreja de Bom Jesus dos Navegantes e o marco do naufrágio da nau Nossa Senhora da Ajuda, que conduzia o bispo Dom Pero Fernandes Sardinha a Portugal,  em 1560, pelo navegador espanhol Dom Rodrigo de Albanha.

igreja_de_bom_jesus_dos_navegantes registro_do_naufragio

                        Seguindo em frente pela vila, cheguei ao Farol e ao belo Pontal de Coruripe. Esse farol, símbolo da cidade, foi construído em local estratégico em 1948.  À sua frente, uma das praias mais belas do litoral sul, com arrecifes muito próximos, além das piscinas. Grande oportunidade de se desfrutar de uma cachoeira provocada pela ação do mar.

farol_do_pontal

                        Relatos da historia local e, os marcos, próximo ao farol informam que esse foi o primeiro ponto avistados pelas caravelas de Pedro Álvares Cabral, quando do descobrimento.

enseada

                        Desci à praia e de lá tive a oportunidade de colher várias fotos do mar e desse litoral.

praia_no_pontal_do_coruripe praia_do_pontal

                        Após algumas horas de praia e de descanso em uma barraca local, aguardei o final da tarde para prosseguir até à cidade de Coruripe para lá registrar a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Coruripe, onde se encontra uma grande torre retangular em um outeiro que propicia a visão parcial da cidade, e também da Igreja de São José de Poxim, marco da criação da vila de Coruripe.

matriz_de_nossa_senhora_da_conceiçao

                        Por sorte, em determinado momento, e no ângulo certo, consegui registrar concomitantemente as duas Igrejas em uma única foto.

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                        Coruripe, anteriormente, era habitada pelos índios Caetés, que viviam às margens do rio de mesmo nome.

                        Consta que tais índios eram considerados canibais e que chegaram a se alimentar também de seus inimigos. Relatam também que o início da colonização desse local se deu pelos sobreviventes do naufrágio da Nau de Dom Pero Fernandes Sardinha.

cemiterio_de_coruripe

A Igreja de Pedra de Conceição do Tocantins

(por: José Rodolpho Assenço)

                         Conta a história que, por volta de 1740, chegou ao local, conhecido como Mata da Cajazeira, a Bandeira chefiada por Manoel Paes Andrade no intuito de localizar novas lavras de ouro, bem como colonizar a região. Logo no ano seguinte, por ordem do bandeirante, foi fundado o Arraial de Nossa Senhora da Conceição. Nesse mesmo local, também mandou que fosse erguida uma imponente Igreja para a Santa.

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                        Iniciaram-se as obras da referida capela, obras essas que teriam sido tocadas unicamente pela mão escrava, utilizando, para esse fim, pedras avermelhadas encontradas na região. Concluíram a edificação em 1745, toda em pedra e com as paredes com espessuras que variam de um a um metro e meio de largura. Provavelmente por esse motivo a igreja até hoje se encontra em bom estado de conservação.

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                        Localizada próxima à praça, no centro da cidade, em uma pequena colina, a Igreja é referencial da história da cidade e do Estado do  Tocantins e impressiona pela beleza do rústico e da simplicidade, demonstrando a capacidade dos colonizadores e escravos em edificar obras que, certamente, perdurarão por séculos.

detalhes_do_telhado

                        Compõe ainda o conjunto da igreja uma casa ao fundo, provavelmente seja a casa paroquial, que é também toda em pedra e com muro que se estende por alguns metros. Próximo a ela, pode-se observar também algumas poucas casas remanescentes do período, ou seja, do século XVIII.

casa_paroquial casa_em_conceiçao

                        As pedras de coloração avermelhada assemelham-se à cor de telha e, ao entardecer, refletem a forte luz do sol, que abrasa o sertão do Tocantins.

igreja_de_pedra