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O Farol do Cabo Branco

(por: José Rodolpho Assenço)

                         No limite sul de João Pessoa, na Paraíba, a Ponta do Seixas destaca-se não só pela beleza do lugar e por suas falésias com mais de 30 metros de altura, mas também como o local mais oriental de todo o Brasil e da América, limite extremo do continente americano.

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                        O local é de rara beleza e proporciona uma vista ampla de toda a cidade, principalmente da bela praia de Cabo Branco, de mar calmo e ainda limpo, remetendo-nos a uma conotação de cidade pequena com ar bucólico e tranquilo. Hotéis, pousadas e bons restaurantes podem ser encontrados com facilidade.

                        Destaca-se ainda, nesse contexto, o restaurante situado exatamente no início da Ponta do Seixas, que proporciona uma bela vista da praia, que, à noite, se transforma numa paisagem litorânea em uma combinação de cores e luzes. Não bastasse, deparamo-nos também, no local, com uma culinária variada, voltada para pescados e frutos do mar.

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                        Logo acima, no topo da falésia, situa-se a região conhecida como o Altiplano de Cabo Branco, onde uma composição de fatores torna obrigatória a vista de turistas que visitam a capital da Paraíba, com destaque especial para o Farol de Cabo Branco.

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                        Esse imponente Farol, construído quase à beira do penhasco, é uma obra de formato único, com suas pontas que dizem ser uma representação de um sisal — planta arbustiva do semiárido, de onde se extrai fibras para fabricação de cordas e tecidos — com altura de 40 metros, construído em 1972 para auxiliar a navegação aérea e marítima no local.

                        Logo em frente, à beira do penhasco, há um mirante, de onde se tem uma a visão ampla do oceano, das praias e da cidade de João Pessoa. Vizinho ao local, há o complexo denominado Estação Cabo Branco de Ciências e Artes, obra projetada pelo arquiteto Oscar Niemayer.

                        Ao sul do farol, pode-se ver a praia da Ponta do Seixas e, em sequência, a Praia de Búzios, excelentes atrativos turísticos.

                        O local é também muito disputado por turistas e por “baladeiros” que se dirigem para lá no final da noitada, no intuito de ver o primeiro nascer do sol das Américas.

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                        Mas não é somente de tranquilidade que vive o local, pois o frequente avanço do mar vem destruindo sequencialmente a base da falésia que o sustenta, além das rústicas barracas de praia. Algumas ruínas de casas já podem ser avistadas a sua base, bem como alguns sinais de que quedas de barreira.

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                        Algo urgente necessita que seja feito para inibir o problema,  pois, a continuar a ação direta do mar sem se adotar providência cabíveis para o caso, a falésia poderá trazer riscos eminentes tanto à estrutura do farol como às demais instalações no local.

A Fortaleza de Santa Catarina

(por: José Rodolpho Assenço)

                         A história da Fortaleza de Santa Catarina envolve muitas idas e vindas e reconstruções, palco de batalha de diversas invasões francesas e holandesas na costa da Paraíba.

                        Localizada a poucos quilômetros de João Pessoa, dentro da cidade de Cabedelo, sua função sempre foi proteger a entrada do Rio Paraíba de corsários, piratas e invasores estrangeiros. Diversas batalhas sangrentas ali ocorreram, com destaque para capacidade dos portugueses em resistir a tamanhas incursões.

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                        Tudo tem início com a construção de uma singela fortificação — estrutura ainda de taipa — no local, em 1586, denominada de Forte de Cabedelo, edificada ao lado do arraial de Filipéia de Nossa Senhora das Neves, e que foi arrasada completamente poucos anos depois por um ataque de um corsário Francês em 1591.

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                        A partir de 1597, foi novamente construído, dessa vez, utilizando-se de pedras, e com uma capela ao centro, a de Santa Catarina de Alexandria, em referência a Dona Catarina, Duquesa de Bragança. Todavia, no mesmo ano de sua inauguração, houve novo ataque, promovido pelos franceses, o que acarretou a morte de quase toda a guarnição. Poucos anos depois, no entanto, novamente os portugueses tomaram seu controle, e ele foi reconstruído com ampliações em 1618.

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                        O Forte foi também de importância histórica na defesa da costa e da Capitania da Paraíba quando da segunda invasão holandesa no Brasil, ocasião em que teve suas defesas reforçadas, bem como ampliado o seu efetivo de canhões e guarnição, o que resultou em importante resistência portuguesa em 1631.

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                        Todavia, no ano de 1634, novos ataques holandeses ocorreram, sendo que o maior de todos culminou com o bloqueio do Rio Paraíba e o falecimento de seus comandantes. A esquadra holandesa, além de destruir as muralhas do Forte, conseguiu, por fim, que a guarnição portuguesa se rendesse após mais de oitenta baixais.

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                        Em mãos holandesas, o Forte permaneceu por muitos anos, tendo sido reconstruído e reforçado por esses invasores, que permaneceram  até 1645, quando a região de Filipéia, hoje Cabedelo, foi novamente tomada pelos portugueses, sendo que, por fim, em 1654, os holandeses não tendo mais nenhum apoio da redondeza, e estando completamente ilhados, abandonaram definitivamente o local.

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                        Novamente foi reconstruído pelos portugueses e em 1718, quando já possuía mais de quarenta peças de ferro e bronze de diversos calibres.

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                        A partir do começo do século vinte, a fortaleza começou a ruir  suas muralhas, ação do tempo, das chuvas e do mar, tendo sido tombada pelo patrimônio histórico em 1938.

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                        Atualmente, conta a Fortaleza de Santa Catarina com prédio de dois pavimentos, com prisão, salas e alojamento de oficiais, alojamento de soldados, paiol, e uma grande e larga muralha de pedra com uma bela vista para o Rio Paraíba, quase em sua foz, além de diversas peças de canhões.