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VALENÇA e a Igreja de Nossa Senhora do Amparo

(Por: José Rodolpho Assenço)

                        Valença cidade baiana situada na região conhecida como costa do dendê, possui uma rica história, e duas belas Igrejas com destaque especial para a Igreja do Amparo, símbolo da ocupação dessa região ainda no século XVI.

                        Em nossa visita a Valença, eu e Nayara decidimos por conhecer e fotografar em especial o porto por onde saem insistentes lanchas rápidas para ilha de Tanharé, Boipeba e demais portos fluviais, e também suas imponentes Igrejas.

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                        Para tanto partimos de Salvador e fizemos a opção de seguir rumo a Feira de Santana e buscar a BR 101, isto devido as informações que obtivemos de que nesse mês de fevereiro, com tantos turistas e poucos Ferryboat em funcionamento, teríamos que enfrentar muitas horas de espera para a travessia a Itaparica rumo centro sul do estado.

                        A historia da região começa com o povoamento as margens do Rio Una, onde, acontecia constantes ataque de índios em especial Tupi e Tapuia. O povoamente caiu em decadência e ficou quase desabitado por muito tempo, até quando da pacificação dos indos pelos padres por volta de 1740, quando também a aldeia do Una, na região do Amparo ganhou uma pequena capela em 1754.

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                        Em 1759 foi construída a Matriz do Sagrado Coração de Jesus, com diversas artes sacras defronte ao Paço Municipal.

                        A estrutura da nova igreja, porem, foi terminada em 1780 e em 1799 Valença foi elevada a Vila Nova do Sagrado Coração de Jesus.  A fé do povo enraizada continuou a adoração a sua padroeira Nossa Senhora do Amparo.

                        Valença teve um grande incremento populacional com a industrialização em meados do século XIX, com duas grandes fabricas de tecidos; Todos os Santos e Nossa Senhora do Amparo.

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                        A Igreja de Nossa Senhora do Amparo, localizada no alto do Amparo, local onde, havia o primitivo povoamento de Una, possui uma construção grande retangular e com duas torres sendo que, em uma delas possui um relógio de 1822 que ainda esta em funcionamento e que, aciona o sino de hora em hora.  Possui cinco portas, inúmeras janelas, um rico interior contanto com cinco altares neoclássicos e diversas imagens sacras.

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                        Retornando a nossa visita, seguimos margeando o porto fluvial, tirando fotos das lanchas, barcos e traineiras alem da área de embarque bem próximo à ponte que atravessa o rio Una.

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                        Em seguida, partimos em direção ao paço municipal, onde, subindo uma escadaria, chegamos a Matriz do Sagrado Coração de Jesus em um platô bem estreito, do qual rodeamos uma vez tirando fotos do local.

Matriz do Sagrado Coração de Jesus

Matriz do Sagrado Coração de Jesus

                        E nosso terceiro e ultimo paradeiro foi no Alto do Amparo, de onde se pode observar quase toda a cidade de Valença, e onde esta a imponente Igreja de Nossa Senhora do Amparo.

                        Após estacionarmos, seguimos sobre pedras até atingir um portão de ferro que estava repleto de fitas do Senhor do Bonfim, presas em seu gradio, e por onde já se podia observar logo atrás a Igreja do Amparo. 

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                        Achei tão interessante as fitinhas balançando ao vento, que decidi fotografa-las.

                        No Amparo existe um grande platô, no qual decidimos caminhar sempre pela sua borda, e de onde pode avistar toda a cidade.  Logo a frente um pequeno coreto onde algumas crianças brincavam, e, em seguida ao fundo a Igreja do Amparo.

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                        Permanecemos por alguns minutos nesse agradável sitio, recebendo aquele vento constante do nordeste, fotografando e observando o local.

fonte: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ba/valenca/historico

As Igrejas de Marechal Deodoro

(por: José Rodolpho Assenço)

                         Em minha visita a Marechal Deodoro, achei por bem documentar, separadamente, o conjunto histórico compreendido pelas inúmeras Igrejas dessa velha Capital da Província, de uma riqueza e beleza arquitetônico incomparável, abrangendo os séculos XVII, XVIII e XIX.

                        Comecei pela Igreja do Senhor do Bonfim, que fica defronte a uma grande praça, justamente no bairro Taperaguá, na parte baixa da cidade. Foi a primeira a ser edificada. Contudo, não há registros exatos de sua construção. Sabe-se, porém, que, em 1611, já estava quase pronta. Ela tem características idênticas às da Igreja Matriz de Porto Calvo, que teve sua conclusão em 1610 e é uma das mais antigas do Brasil.

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                        Percebi imediatamente a importância de fazer um bom registro da Igreja e da praça, pois estava diante de uma ou talvez a segunda igreja mais velha do país.

                        Prossegui, na sequência dos trabalhos, para a Igreja Conventual de Santa Madalena, que teve sua conclusão em 1689. Ligada ao convento de mesmo nome, compõe um belo conjunto arquitetônico do acervo cultural de Alagoas: com ornatos em pedra calcária, janelas com molduras que, pela sua composição, sugerem uma ornamentação feita em etapas e datas diferentes.  

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                        Ao seu lado, encontra-se a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco, obra do século XVIII e que possui linhas barrocas rococó. Pude adentrar em sua nave e conseguir também uma foto do altar. Abaixo do assoalho, há registros dos antigos ali sepultados. Era costume os nobres da época serem sepultados em igrejas.

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                        Uma lenda ressaltava a existência de um túnel ligando os porões dessa Igreja à Igreja do Convento do Carmo, o que é improvável, devido à distância e às diferenças de níveis de terreno entre uma e a outra.

                        Fui, em seguida, para a Igreja de Nossa Senhora do Amparo — localizada em uma rua estreita. Encontrava-se fechada. Há registros de que ela foi construída em 1757, por iniciativa da confraria dos homens pardos. Sabe-se também que sua construção foi abandonada por muitos anos por falta de verbas e que somente veio a ser concluída em 1860.

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                        A próxima foi a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, essa da irmandade dos homens pretos e que teve o início de sua obra em 1834, no intuito de dar dignidade a seus filiados.

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                        A Igreja do Rosário, como a maioria, localiza-se defronte de um largo, de onde se pode ter uma vista parcial da cidade e da Lagoa de Mangaba, ao fundo.

                        Defronte a uma grande praça, está edificada a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, que foi construída para substituir a primeira matriz, destruída quando da grande invasão holandesa à Villa. A sua reconstrução teve início em 1672, e foi concluída somente em 1783, data essa gravada em sua fachada principal.

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                        A Matriz da Conceição possui diversos momentos históricos, como por exemplo, a posse do Primeiro Governador da Província, em 1819. Teve a visita do Imperador Dom Pedro II e da Imperatriz Tereza Cristina em 1860. Foi palco do casamento dos genitores do Marechal Deodoro da Fonseca, bem como do batismo deste.

                        Por fim, parti em direção à última Igreja a ser visitada, a que me trouxe maior surpresa. Situa-se num local um pouco distante do centro da cidade, e em posição mais alta de todas. Trata-se do Conjunto Conventual do Carmo, composto da Igreja do Carmo, o Convento, o cemitério e uma outra Igreja anexa, que passara a ser capela do cemitério, novamente defronte a um grande largo e com poucas casas espalhadas.

conjunto_conventual_do_carmo

                        Sua construção também não possui data exata, mas remete a aproximadamente à da Igreja do Bonfim, ou seja, por volta de 1620. Obra interessante, edificada pelos religiosos carmelitas e que teve, em 1872, um cemitério anexado a seu conjunto. Possui ainda uma parte em ruína que sugere ser a casa paroquial ou mesmo uma extensão qualquer do convento.

igreja_e_cemiterio_do_carmo ruinas_da_casa_paroquial_do_carmo

 

 

(Referencia Histórica e Bibliografica – HELENO, Sebastião – Ecos Ecos Ecos Deodorenses)