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Lagoa da Confusão

(por: José Rodolpho Assenço)                         

                         A Lagoa da Confusão, município do Estado do Tocantins, conta com belezas e ecossistemas incomparáveis, abrigando cerrado, mata e pantanal. Além da lagoa que lhe dá o nome, a cidade é porta de entrada para a Ilha do Bananal e para diversos rios piscosos da região.

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                        Sua origem vem de grupos e famílias que se instalaram na região a partir de 1933 e que, nesse pioneirismo, tiveram grandes dificuldades em chegar até a lagoa, ante os rochedos que a cercam, como também devido a uma vegetação semelhante à de manguezais em diversos pontos, o que, para prover-se de água, o rebanho provocava uma grande confusão.

                        Hoje, emancipada, é uma simpática cidadezinha a oeste de Palmas, a aproximadamente 200 quilômetros, e que guarda inúmeras surpresas a quem a visita.

                        Após o surgimento e o crescimento de Palmas e do Estado do Tocantins, a Lagoa da Confusão passou a ser ponto de encontro e de eventos de fins de semanas e feriados prolongados, com festas, festivais e muita praia. Isso mesmo, praia! A cidade tem uma orla extremamente agradável com diversos bares, restaurantes, pousadas, areia branca e fina que vem a completar o visual com as águas cristalinas da lagoa.

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                        Em nossa excursão, atingimos a Lagoa da Confusão ao entardecer. Como nos hospedamos em uma das pousadas da orla, percebemos que alguns banhistas insistiam em continuar no banho, mesmo depois do cair da noite.

                        Logo pela manhã, ainda no café do hotel, conhecemos o Senhor Francisco, Dico, como é conhecido na cidade, que estava promovendo alguns reparos nas instalações do referido hotel. Como suas vestes sugeriam algo ligado à praia e a barcos — vestia uma camiseta onde trazia escrito “Dico Barcos” — pulei a sua frente, me apresentei e perguntei como seria possível um passeio para conhecer toda a lagoa.

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                        Dico, goiano de Orizona, trabalhava na mecânica e elétrica de máquinas agrícola. A região, ainda hoje, tem também na agricultura sua principal fonte de renda. E ele gostou do lugar e hoje, além de pequenas manutenções prestadas nas pousadas, conduz os interessados a um agradabilíssimo passeio pela encantadora lagoa.

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                        Partimos na embarcação de Dico para o passeio. Atravessamos a lagoa em seu centro e logo atingimos a região da pedra. Quando nos disseram que tínhamos que conhecer “a pedra”, achamos estranho porque fica do lado inverso da lagoa, longe da sua margem.

                        Logo que chegamos próximo à referida pedra, percebemos alguns cágados que, assustados com o barulho do motor do barco e com a nossa presença, logo mergulharam. Enfim, a pedra parece estar suspensa na linha d´agua como se fosse uma embarcação. De formação rochosa, num primeiro momento, dá a impressão de ser artificial. Num olhar rápido, dependendo do ângulo, a vemos como se estivesse se movendo.

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                        Prosseguimos rumo à costa próximo a rochedos e encontramos uma pequena elevação, na qual inúmeras aves se abrigavam. A partir desse momento, passamos a observar a beleza também do fundo da lagoa, água cristalina que promove com o sol intensas e diversas variações da cor verde-clara.

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                        Em alguns locais próximos às margens, os ramos e raízes da vegetação submersos causam sensação semelhante à de quem está navegando em águas rasas de alguma praia do nordeste, observando um fundo de corais e o verde-claro da água.

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                        Prosseguimos até o ancoradouro. Pela placa, logo percebemos que existia algo relacionado ao Sr. Dico. Havia uma pinguela bem construída sobre a água e uma vegetação mesclada. Seguimos por lá até a residência dele.

                        No retorno, passamos ainda em pequenas praias desertas.

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                        Após o longo passeio, resolvemos pegar algumas horas de praia. Ficamos, num primeiro momento, em um dos restaurantes que prontamente nos atendeu para, logo depois, seguimos viagem para a capital do Estado.

Serra de Natividade

(por: José Rodolpho Assenço)

                        A Serra de Natividade ou Olhos D´água, nome inicialmente dado pelos bandeirantes  e mineradores no século XVIII, localiza-se ao lado da cidade de mesmo nome no Tocantins e foi ponto de partida da colonização de toda a região.

                        Descoberta pelo minerador Antonio Ferraz de Araújo por volta de 1733, quem ali fundou o primeiro núcleo urbano em 1734.

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                        A história remete ao nome de arraial de São Luiz — em homenagem a Dom Luiz de Mascarenhas (Conde de Serzedo), que foi governador da Província de São Paulo à época — que teria sido edificado no alto da serra, perto do local conhecido como Lagoa Encantada. Porém, pesquisas e registros realizados pelo IPHAN identificam o local como sendo apenas alojamento de escravos e trabalhadores no garimpo, e não uma vila, sugerindo, assim, que São Luiz surgiu concomitantemente com o arraial de Natividade. Sobre esse fato, já constam registros de poucos anos depois, inclusive sobre a construção da primeira Igreja, a de São Benedito.

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                        Natividade tem também momento de grande importância histórica a partir de 1806, quando foi sede provisória da Comarca do Norte, ou Comarca de São João de Duas Barras, um desmembramento da então Província de Goyaz, que teve, na pessoa de Joaquim Teotônio Segurado, sua criação. Este foi o primeiro defensor e o pai da ideia de se ter uma unidade da federação do Tocantins.

                        Três grandes igrejas foram edificadas: a de São Benedito, a Matriz de Nossa Senhora de Natividade e a de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, esta a maior de todas, apesar de nunca ter sido concluída.

                        Na serra, se escondem diversas ruínas em quase toda a extensão, registrando a presença do homem em tempos passados, inclusive dos que cuidavam dos garimpos. Alguns desses garimpos ainda estão ativos. Extraem-se deles o precioso metal, que pode ser encontrado em algumas ourivesarias da cidade.

                        A serra é linda e imponente, podendo ser avistada a muitos quilômetros e se destacando em toda a região. Há quem diga que, do alto da serra, é possível avistar, à noite, as luzes do Porto Nacional e de Palmas, bem como das demais cidades vizinhas.

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                        Ela ainda brinda a cidade de Natividade no período das águas com uma bela imagem de sua cachoeira bem de frente ao núcleo urbano. Pode ser vista de quase todo local da cidade. Por encontrar-se a aproximadamente um quilômetro do centro, é muito visitada e oferece diversas opções ligadas ao ecoturismo, com diversos córregos e cachoeiras, lagos, poços e piscinas naturais.

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                        Há na região dos poções — como são chamados na cidade — diversas piscinas de água cristalina, muito convidativa para um banho, principalmente devido ao calor da região.

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                        Por fim, não poderia deixar de registrar um local de parada obrigatória: a fábrica de biscoito doce e de polvilho, produzidos em fornos à lenha, bem ao centro da cidade, na praça da Matriz.

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