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ALTO PARAÍSO, histórias e belezas naturais

                        A Pequena e famosa cidade de Alto Paraíso de Goiás, situa-se a norte da Capital Federal distante aproximadamente duzentos e quarenta quilômetros, sobre a Chapada dos Veadeiros, região mais alta do Centro-Oeste, tendo o Pico do Pouso Alto o ponto culminante de Goiás com mais de mil e quinhentos metros de altitude e a poucos quilômetros da cidade.

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                        Estive por diversas vezes em Alto Paraíso, e por inúmeros motivos sendo que em quase todos eles aproveitei das viagens para conhecer alguma cachoeira, cannyon ou poço.

                        A história do lugar esta ligada a fazenda de Francisco de Almeida e um pequeno núcleo urbano ligado a Cavalcante com o nome de Veadeiros.  Nome este motivado pela enorme quantidade de veados campeiros que existiam e ainda existe na região.

                        Em 1953, Veadeiros foi emancipado de Cavalcante ganhando o novo nome.

                        Houve inúmeros momentos na pequena Alto Paraíso, em primeiro de pequenos pecuaristas, já na década de setenta houve o impulso causado pelo então governador de Goiás que ordenou a construção de uma fabrica, que não aconteceu, a construção do Aeroporto e de um grande hotel, sendo que estes sim foram realizados parcialmente ou totalmente.

                        Outros momentos de evolução da região, tive o prazer de presenciar a partir de 1982, com a criação do Parque da Chapada dos Veadeiros.

                        Minha primeira visita foi quando da formação do parque, e foi motivada no intuito de reencontrar um amigo Radioamador que havia mudado para essa pequena cidade.  Nessa viagem fomos eu, e mais dois colegas radioamadores para a visita a cidade de Alto Paraíso que, contava com uma avenida principal, um posto de gasolina, dois únicos hotéis de viajantes e poucas ruas.

                        Em nossa visita, aproveitamos para buscar a então estrada de terra que segue de Alto Paraíso até a vila de São Jorge, e dali seguimos de carro dentro do parque até a cachoeira do Rio Preto.  Nesse tempo ainda circulava-se de carro por dentro do parque.

                        Após essa visita, e com o falecimento do amigo residente na cidade, não mais retornei, porem, em 1994 motivado pelo ilustre Professor Luiz Van Beethoven Benício de Abreu, que dirigiu por anos a Funatura e participou da criação de inúmeros parques nacionais, fui convidado a voltar a Alto Paraíso e conhecer inúmeros empreendimentos de ecoturismo.

                        Nesse retorno em companhia do professor fui surpreendido pelo desenvolvimento do local, que passou a contar com inúmeras pousadas de diferentes estilos, bares, restaurantes, e também diversos templos espirituais e religiosos. Haviam alguns em formatos de gotas, e outros de cúpulas, muitos deles que existem até hoje.

                        Comecei a perguntar o que teria acontecido, e logo fui prontamente informado pelo professor que após a ECO 92, no Rio de Janeiro, diversas religiões, ceitas e “tribos”, escolheram Alto Paraíso por entender que ali seria uma cidade mística, na mesma latitude de Machu Pichu, e com serras de grandes altitudes, alem de toda região ter muitos cristais o que para eles torna essa região de boas energias, e ainda, que estaria livre de um próximo final dos tempos.

                        Nesses grupos tinham “hippies”, discípulos de Osho, outros de religiões indiana, e uma grande leva de espiritualistas e ambientalistas.

                        O professor por sua vez circulava bem entre eles e apoiava diversos projetos de proteção ambiental, formação de reservar particulares privadas e até na orientação a novos estabelecimentos hoteleiros.

                        Nesse período estive por diversas vezes em Alto Paraíso, inclusive para descansar do dia a dia, sempre visitando alguma nova cachoeira.

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                        Mais uma vez fiquei ausente da região por muitos anos até que ano passado convidei por mais de uma vez Nayara para conhecer Alto Paraíso.   Para tanto escolhi uma pequena mais agradável pousada da Dona Cida bem ao centro na Avenida Ary Valadão, onde logo que nos instalamos,  partimos para conhecer a Cachoeira de São Bento a poucos quilômetros da cidade, e com uma excelente estrutura com um café bistrô e cervejas artesanais.

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                        Em São Bento aproveitamos para relaxar tirar algumas fotos e tomar banho em um grande poço localizado a poucos metros da cachoeira.

                        A noite aproveitei para caminhar pela avenida com Nayara visitando o comércio de roupas indianas, bares e restaurantes, onde, escolhemos por fim um restaurante bem variado com musica ao vivo para descontrair.

                        Na manha seguinte partimos ainda cedo para tirar algumas fotos das avenidas ruas e da praça do bambu, uma entre as inúmeras que existem hoje na cidade e, na seqüência fomos a Fazenda Loquinhas para conhecer seus poços em especial o Poço do Xamã.

                        Após percorrer uns cinco quilômetros do centro da cidade, logo chegamos a Loquinhas de onde partimos em caminhada, passando por alguns outros poços até atingir o Poço do Xamã.

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                        Lá permanecemos por uma hora aproximadamente e por fim retornamos para a cidade no intuito de almoçar e de iniciar nosso retorno para casa. ��

RUÍNAS DE SÃO BENTO, um monumento abandonado

(por: José Rodolpho Assenço)

                   Ruínas de São Bento — Ruínas da antiga Igreja de São Bento — situa-se no município de Maragogi, no estado de Alagoas, em seu litoral norte e esconde sua verdadeira história há muito perdida no tempo.

                   Acima de uma colina muito próxima à Maragogi, local de grandiosa beleza, com uma vista fantástica para o famoso mar dessa cidade, na costa dos corais, deparamo-nos com um local agradável, rodeado de coqueiros e de fácil acesso. Ali repousa o que já foi um centro movimentado, palco das grandes festas e confraternizações da cidade.

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                   Em minha última passagem pela AL 101, decidi visitar as referidas ruínas. Contava, na ocasião, com a presença de minha filha Carol e com a participação especial de Valerinha. 

                     Subimos uma rua, partindo da rodovia, no início do povoamento de São Bento, bastante íngreme, porém curta e, em poucos hectômetros atingimos o cume dessa bela colina, onde estacionamos o carro, bem próximo às ruínas, evitando, assim, parar debaixo de algum dos coqueiros, todos repletos de frutos.

ruínas_de_são_bento

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                   A história da Igreja está repleta de relatos diferentes, tanto nas pesquisas que realizei quanto nos questionamentos feitos aos moradores da região.  Muitos me afirmaram que a Igreja teria sido construída pelos Holandeses quando da invasão por esses povos; outros disseram que teria sido inicialmente feita pelos Franceses. A verdade é que não há, sequer, como definir a data de sua construção, que provavelmente tenha ocorrido no início do século XVII.

                   Informações do Iphan apontam, em mapas, o ano de 1643, quando da estada de Mauricio de Nassau e os holandeses na região.

placa_de_informação_do_iphan

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                   Em minha análise, fico propenso a acreditar, no entanto, que tenha realmente sido construída no citado século XVII, e sendo obra dos portugueses, devido ao formato das bases, paredes janelas, arcos e fundo do altar.

igreja_de_são_bento

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                   A citada Igreja foi palco das principais atividades do povoado e da região, porém, na década de setenta do século passado, devido às rachaduras em sua parede e a falta de cuidado, a construção veio a ruir.

                   Conversando com alguns moradores, falaram sobre um projeto para reconstrução ou revitalização da praça, com o que sobrou desse monumento.

                   Consta ainda que, em algumas escavações, encontraram inúmeras e diferentes artefatos, o que criou, na comunidade, a história de haver um tesouro enterrado no local.

parede_lateral_das_ruínas_de_são_bento

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                   Voltando a nossa visita, começamos lendo as informações contidas na placa do Iphan. Como uma boa parte da Igreja já não existe mais, entramos pela sua lateral, achando, porém que estávamos de frente a sua fachada. Logo percebemos que havia algo errado e voltamos para uma melhor verificação, momento esse que identifiquei o altar principal e seu oratório, bem como um dos secundários, logo ao lado.

altar_principal

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                   Dessa forma, comecei a dimensionar o que seria a nave principal da qual somente resta essa lateral e que erroneamente achei ser a entrada.

parede_lateral_igreja_de_são_bento

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                   Voltei à porta atrás mencionada e logo identifiquei a sala paroquial, um pequeno corredor com arcos e mais uma sala ao fundo, o que me causou outra confusão, pois, dessa forma, a Igreja ficava exatamente de fundo para o mar e para toda a bela paisagem, o que não era comum.

corredor_e_arcos_nas_ruínas_de_são_bento

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                   Convencido de que a Igreja ficava com o fundo para a paisagem e o mar, segui a frente da nave onde, mais uma vez, fortaleceu minha convicção, pois pude observar as paredes diagonais, de alicerce de uma torre sineira externa, tendo, ao fundo, não a nave, e sim os demais cômodos.

ruínas_da_torre_sineira

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                   Segui minha visita fotografando o que foi possível identificar como importante registro. Observamos, nas paredes restantes, vestígios de emparedamentos e seguimos para o cemitério, anexo à Igreja.

cemitério_de_são_bento

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  Esse cemitério, assim como todo o conjunto, oferece uma vista maravilhosa do mar de Maragogi.

                   Permaneci no local, por aproximadamente uma hora, fotografando e apreciando tanto esse outeiro como a paisagem de Maragogi, em companhia de pessoas especiais.