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RUÍNAS DE SÃO BENTO, um monumento abandonado

(por: José Rodolpho Assenço)

                   Ruínas de São Bento — Ruínas da antiga Igreja de São Bento — situa-se no município de Maragogi, no estado de Alagoas, em seu litoral norte e esconde sua verdadeira história há muito perdida no tempo.

                   Acima de uma colina muito próxima à Maragogi, local de grandiosa beleza, com uma vista fantástica para o famoso mar dessa cidade, na costa dos corais, deparamo-nos com um local agradável, rodeado de coqueiros e de fácil acesso. Ali repousa o que já foi um centro movimentado, palco das grandes festas e confraternizações da cidade.

vista_do_outeiro_de_são_bento

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                   Em minha última passagem pela AL 101, decidi visitar as referidas ruínas. Contava, na ocasião, com a presença de minha filha Carol e com a participação especial de Valerinha. 

                     Subimos uma rua, partindo da rodovia, no início do povoamento de São Bento, bastante íngreme, porém curta e, em poucos hectômetros atingimos o cume dessa bela colina, onde estacionamos o carro, bem próximo às ruínas, evitando, assim, parar debaixo de algum dos coqueiros, todos repletos de frutos.

ruínas_de_são_bento

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                   A história da Igreja está repleta de relatos diferentes, tanto nas pesquisas que realizei quanto nos questionamentos feitos aos moradores da região.  Muitos me afirmaram que a Igreja teria sido construída pelos Holandeses quando da invasão por esses povos; outros disseram que teria sido inicialmente feita pelos Franceses. A verdade é que não há, sequer, como definir a data de sua construção, que provavelmente tenha ocorrido no início do século XVII.

                   Informações do Iphan apontam, em mapas, o ano de 1643, quando da estada de Mauricio de Nassau e os holandeses na região.

placa_de_informação_do_iphan

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                   Em minha análise, fico propenso a acreditar, no entanto, que tenha realmente sido construída no citado século XVII, e sendo obra dos portugueses, devido ao formato das bases, paredes janelas, arcos e fundo do altar.

igreja_de_são_bento

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                   A citada Igreja foi palco das principais atividades do povoado e da região, porém, na década de setenta do século passado, devido às rachaduras em sua parede e a falta de cuidado, a construção veio a ruir.

                   Conversando com alguns moradores, falaram sobre um projeto para reconstrução ou revitalização da praça, com o que sobrou desse monumento.

                   Consta ainda que, em algumas escavações, encontraram inúmeras e diferentes artefatos, o que criou, na comunidade, a história de haver um tesouro enterrado no local.

parede_lateral_das_ruínas_de_são_bento

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                   Voltando a nossa visita, começamos lendo as informações contidas na placa do Iphan. Como uma boa parte da Igreja já não existe mais, entramos pela sua lateral, achando, porém que estávamos de frente a sua fachada. Logo percebemos que havia algo errado e voltamos para uma melhor verificação, momento esse que identifiquei o altar principal e seu oratório, bem como um dos secundários, logo ao lado.

altar_principal

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                   Dessa forma, comecei a dimensionar o que seria a nave principal da qual somente resta essa lateral e que erroneamente achei ser a entrada.

parede_lateral_igreja_de_são_bento

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                   Voltei à porta atrás mencionada e logo identifiquei a sala paroquial, um pequeno corredor com arcos e mais uma sala ao fundo, o que me causou outra confusão, pois, dessa forma, a Igreja ficava exatamente de fundo para o mar e para toda a bela paisagem, o que não era comum.

corredor_e_arcos_nas_ruínas_de_são_bento

corredor_e_arcos_nas_ruínas_de_são_bento

                   Convencido de que a Igreja ficava com o fundo para a paisagem e o mar, segui a frente da nave onde, mais uma vez, fortaleceu minha convicção, pois pude observar as paredes diagonais, de alicerce de uma torre sineira externa, tendo, ao fundo, não a nave, e sim os demais cômodos.

ruínas_da_torre_sineira

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                   Segui minha visita fotografando o que foi possível identificar como importante registro. Observamos, nas paredes restantes, vestígios de emparedamentos e seguimos para o cemitério, anexo à Igreja.

cemitério_de_são_bento

cemitério_de_são_bento

  Esse cemitério, assim como todo o conjunto, oferece uma vista maravilhosa do mar de Maragogi.

                   Permaneci no local, por aproximadamente uma hora, fotografando e apreciando tanto esse outeiro como a paisagem de Maragogi, em companhia de pessoas especiais.

Igreja de Nossa Senhora da Apresentação

(por: José Rodolpho Assenço)

                  Registra a história de Alagoas que a Igreja de Nossa Senhora da Apresentação é marco importante do início da colonização da região e do domínio português na então Capitania de Pernambuco.

                   Estive em Porto Calvo, Alagoas, no intuito de visitar essa Igreja que, segundo pesquisas, é a oitava mais antiga do país e, ainda, a segunda mais antiga em funcionamento (provavelmente as demais estejam em ruínas ou extintas).

                   Mesmo longe, na estrada que liga Japaratinga a Porto Calvo, já se podia avistar a edificação grande no topo da colina, em um dos pontos mais altos da cidade, com suas janelas pequenas e retangulares que sugeriam uma fortificação.

                   Chegando a um pequeno largo, subi alguns lances de escada e logo me deparei com a citada edificação. No local, tive a sorte de conseguir a companhia de um funcionário paroquial que me acompanhou à visitação, relatando fatos sobre a igreja, bem como sobre a cidade que a cerca.

igreja_de_nossa_senhora_da_apresentaçao lateral_da_igreja

                   Este outeiro e alguns muros ao redor da Igreja, eram uma pequena fortaleza, forma da cidade se proteger das constantes invasões francesas e holandesas que assolaram a região. Ressalte-se que a própria Igreja, na verdade, foi construída como sendo também uma fortaleza, o que pude observar imediatamente, pois suas paredes externas têm a espessura aproximada de dois metros, construídas em pedra e adobe; janelas estreitas na parte superior, servindo de proteção aos mosqueteiros que provavelmente teriam ali uma visão privilegiada do inimigo invasor.

nossa_senhora_da_apresentaçao

         O companheiro que estava comigo, me contou que diversas batalhas, principalmente, contra os holandeses foram travadas nas proximidades da igreja e que, numa pequena área cercada pelo muro, existem diversas ossadas. Informou-me também que em uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Pernambuco localizaram diversas ossadas mutiladas perto da Igreja, o que alimenta ainda mais a ideia de que houve batalhas e resistências.

entrada_da_nave nave_principal

         Prossegui ouvindo atentamente os relatos do jovem, ao tempo em que eu tirava diversas fotos da velha edificação: sua nave, altar principal, dois altares secundários e instalações.

altar_principal detalhe_do_altar

         O referido funcionário me acompanhou à parte interna da Igreja, onde paredes grossas também serviam de sepultura aos padres e pessoas importante da região, todas essas paredes aparentam ser ocas e túmulos de diversos antigos colonos.

nave madeirame_do_telhado

         Por fim, relatou-me o jovem que existe um túnel de funga saindo pelo fundo do altar para fora das muralhas. Enfatizou, porém, que infelizmente eu não poderia visitá-lo, uma vez que, por motivo de segurança, estaria interditado, aguardando recuperação.

casa_paroquial

         Finalizei minha visita com algumas imagens da lateral e da casa paroquial.