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SÃO FRANCISCO, da Igreja de São José ao por do sol

(por: José Rodolpho Assenço)

                   São Francisco, cidade ribeirinha do norte de minas, é famosa pela beleza de seu por do sol — citado por Guimarães Rosa — e pela bela e imponente Igreja de São José.  Com uma população aproximada de sessenta mil habitantes é considerada uma grande e importante cidade dessa região mineira.

matriz de são josé

matriz de são josé

                   Em nossa viagem, alcançamos o rio São Francisco por volta das doze horas e havia rodado entre terra e asfalto 400 quilômetros, partindo de Brasília; restava atravessar o rio em si sobre balsa e percorrer uns sete quilômetros até a cidade.  Aguardávamos, no lado oposto da cidade, no barranco do rio, a chegada da balsa que, por motivos desconhecidos, demorou a retornar a essa margem, onde estávamos eu e Nayara.

                   Chegada a balsa, não tardamos a estacionar sobre ela e descer para tirar algumas fotos do Velho Chico, enquanto fazíamos a travessia.  Tratava-se de uma balsa simples e que, por causa das estradas de terra, encontrava-se bastante enlameadas. 

balsa em são francisco minas gerais

balsa em são francisco minas gerais

                   Alcançando o lado da cidade, rapidamente partimos em busca de almoço, pois havíamos acordado muito cedo e se aproximava das duas da tarde.  Chegamos ao centro e logo avistamos um belo restaurante suspenso, uma torre sobre o rio, construído acima de suas pedras que nos proporcionou, além do almoço, um visual da orla da cidade com a Matriz de São José ao fundo.

orla e porto de são francisco

orla e porto de são francisco

                   Conta a história que, por volta de 1690, havia algumas quadrilhas de assaltantes no rio São Francisco; devido a isso, as autoridades à época enviaram algumas bandeiras para combatê-las. Esses bandidos se refugiavam nas aldeias dos índios e, a partir de então, aconteceu um grande genocídio desses silvícolas promovido por diversas bandeiras, entre elas a de Domingos do Prado e Oliveira.

                   Domingos do Prado era bandeirante paulista. Em 1702, estabeleceu-se na fazenda Pedras de Cima, “nome este dado em referência a Maria da Cruz, que se chamava Pedras de Baixo”. A partir desse estabelecimento, deu-se início a povoação e a criação do povoado de Pedras de Cima, posteriormente mudando de nome para Pedras do Anjico, São Francisco das Pedras até São Francisco.

                   São Francisco de muitas histórias, povo tranquilo, atencioso, porém de muita superstição e lendas que são contadas através de gerações.

                   Tive a oportunidade de conhecer uma delas que se refere ao: “Sono do Rio”. Dizem que o rio São Francisco, por volta da meia noite,  tende a  calar suas águas, elas param de correr, seus peixes param de pular, corredeiras, redemoinhos tudo para.  E é nesse momento que o rio adormece por alguns minutos – uns quinze a vinte minutos -, e que, se alguém tiver navegando, pescando às margens ou embarcado, tem que parar tudo e aguardar o sono do rio.

                   Aqueles que não atendem ou incomodam o sono do rio tende a desaparecer ou sofrer amarguras diversas.  Recomenda-se que, no momento em que você estiver pescando no rio e perceber que tudo parou, pare o que está fazendo e fique quietinho na canoa até o rio acordar do sono.

igreja de são josé em são francisco

igreja de são josé em são francisco

                   Voltando ao restaurante em que estávamos e de onde tiramos foto do porto do muro em pedra e da igreja ao fundo, matamos nossa fome que um almoço bem farto; depois de um café, seguimos de retorno ao centro da cidade onde estacionamos próximo à Igreja de São José, para iniciar uma caminhada conhecendo e fotografando a cidade do por do sol do São Francisco.

são francisco

são francisco

                   Infelizmente, não tivemos acesso a seu interior, onde dizem ter uma belíssima imagem de São José, porém, circulamos todo o prédio realizando inúmeras fotos.

observatório do por do sol

observatório do por do sol

                   À sua frente, um monumento que consiste em uma cruz sobre um altar que é conhecido por todos como o ponto de observação do por do sol, exatamente em frente à matriz e de frente para o Rio São Francisco.

praça em são francisco

praça em são francisco

                   Após tirarmos fotos da igreja, seguimos fotografando a praça ao seu largo e caminhamos por algumas ruas do centro registrando os casarões remanescentes.

casa em são francisco mg

casa em são francisco mg

                   Existe um local onde são realizadas as festividades, em especial as festas de santo, conhecido como o cimentão.

cemitério em são francisco

cemitério em são francisco

                   Após concluir a visita ao centro e assim que nos dirigíamos pela avenida principal, ou comercial da cidade, já próximo da saída, percebemos o antigo cemitério, e não contive minha curiosidade, parei para fotografar seu pórtico do inicio do século passado.

cemitério

cemitério

                   Finalizada as fotos, prosseguimos nossa viagem para outro destino.

São José da Coroa Grande

(por: José Rodolpho Assenço)

                        São José da Coroa Grande é uma bela cidade situada no sul de Pernambuco. Conta com inúmeras praias e piscinas naturais em toda extensão do município. Devido à beleza de seu mar e ao setor hoteleiro em expansão, é, hoje, destino certo de turistas de toda as partes do país.

                        Em minha última visita, entrei nessa cidade com o intuito de fazer alguns registros fotográficos, bem como ver de perto a Matriz de São José. Segui pela avenida principal até bem próximo da orla, onde encontra-se também a praça da Igreja e alguns restaurantes. Estacionei o carro e peguei logo minha máquina fotográfica.

avenida_principal_de_são_jose_da_coroa_grande igreja_e_a_praça

                        São José, que pertencia inicialmente a Barreiros, teve seu início de ocupação em 1853, atraindo, àquela época, diversas pessoas devido a pesca abundante. Teve como ponto inicial de colonização a Matriz de São José, padroeiro dos pescadores. Inicialmente, tinha o nome de Puiraçu, que significa, na linguagem dos índios caetés, Coroa Grande,  por ser a localidade margeada com imensas coroas de coral que, na maré baixa, emergem, acompanhadas de alguns bancos de areia.

                        Ainda longe da cidade — mesmo em Alagoas ou vindo de Tamandaré, Pernambuco — pode-se, da estrada, avistar São José, isso devido a seu único edifício de muitos andares que sinaliza de longe a quem viaja por essa litorânea.

são_josé_da_coroa_grande vista_do_edificio_de_são_jose_da_coroa_grande

                        Fiz muitos registros: da avenida principal, da bela Igreja de São José, Matriz da cidade, e de outras belas passagens. Com relação a essa igreja, tirei também algumas fotos da sua nave e da decoração.  

igreja_de_são_josé nave_da_igreja_de_são_jose

                        É importante registrar que, normalmente, em cidades típicas de colonização advindas da pesca, não se observa grandes altares nem muita decoração nos monumentos, devido à baixa condição financeira de seus antigos habitantes. Mesmo assim, no referido caso, a construção conta com uma torre bonita e imponente e tem um semblante de grande harmonia com a praça e com toda a composição.

lateral_da_igreja detalhes_da_igreja_de_são_josé

                        Contente com as imagens captadas, segui para a orla, deparando-me com a praia logo à frente. Observei vários restaurantes que se prolongavam até a beira da areia, justamente onde finaliza o calçadão.

calçadão_em_são_josé_da_coroa_grande praia_de_sao_josé_da_coroa_grande

                        Finalmente, importante registrar, que São José da Coroa Grande tem uma economia crescente, apoiada pelo turismo e pela produção de batata-doce e banana; conta hoje também a localidade com alguns grandes supermercados tornando-a um entreposto comercial das cidades que a cercam.