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BURAQUINHO; Comunidade as Margens do Rio Pardo

(Por José Rodolpho Assenço)

                        Visitar Buraquinho uma comunidade as margens do Rio Pardo foi mais uma grande aventura pelo “Grande Sertão; Veredas”, promovida por mim, Nayara e pelo fotografo Cleber Medeiros.

                        Havia ouvido falar da pequena comunidade centenária e não poderia em nossa visita ao Grande Sertão, deixar de conhece-la contávamos na ocasião com a presença do guia Anderson Santana conhecedor da região e sua história.

                        Partimos pela manhã de nossa sede em Chapada Gaúcha, Minas Gerais em direção a comunidade, onde andamos aproximadamente por uns quinze quilômetros em estrada de areia e pedra, bastante sofrível o que nos tomou um grande tempo em percorre-la.

                        A partir desse ponto, viramos em uma esquerda próximo a parada de ônibus construída em concreto, sendo esta a referencia,  visto que o local não apresenta nenhuma placa indicativa, e passamos a percorrer por uma estrada de terra vicinal que logo nos proporcionou a bela imagem do vão onde esta encrostada a comunidade de buraquinho, e onde também é possível avistar o Rio Pardo, afluente do São Francisco.

comunidade de buraquinho

comunidade de buraquinho

                        Paramos imediatamente na descida da serra para tirar inúmeras fotos do local e da vegetação, e, feito isso, seguimos imediatamente pela estreita estrada até parar o carro próximo a uma casa e um pequeno bar, local indicado pelo Anderson para que estacionássemos.

                        Logo assim que o guia Anderson desceu, chamou  na casa por uma pessoa e na seqüência nos apresentou o senhor “Tico”, morador do local que se colocou a disposição de nos levar por um passeio a pé, no intuito de mostrar toda a beleza do local.

buraquinho

casa do tico

                        Tico nos ofereceu logo para quem quisesse utilizar de seus aposentos e banheiro, um cafezinho bem quente.  

                        Sua casa construída parte em adobe, conta também com uma pequena oficina onde Tico produz alguns moveis em madeira de buriti entre outras coisas.

                        Após alguns minutos mais de conversa seguimos a pé com Tico por aproximadamente uns mil e quinhentos metros em estrada de areia, onde no caminho atravessamos um pequeno córrego cristalino, que é possível também de se atravessar de carro, e logo a frente deparamos com o Rio Pardo.

estrada para o rio pardo

estrada para o rio pardo

                        Nesse ponto então iniciamos nosso caminho de retorno ao povoado sempre acompanhando o Rio, atravessamos o rio em determinado momento provavelmente buscando um melhor ângulo para fotografar a serra que cai em sua frente. 

rio pardo

rio pardo

Logo enormes paredões de arenito foram se apresentando, e assim que caminhávamos mais,  novos paredões em diferentes formatos e colorações foram surgindo.

paredões no rio pardo

paredões no rio pardo

                        Decidimos em parar defronte a um desses onde o rio encostava diretamente na sua parede, para fazer novas fotos, conferir essa muralha e tomar banho em um pequeno poço colado a ele.

rio pardo

rio pardo

                        Na seqüência do banho retornamos as nossas maquina fotográficas e continuamos caminhando sempre fotografando e apreciando a beleza do local.

parede de arenito

parede de arenito

                        Nosso passeio terminou em uma grande praia as margens do rio, por onde voltamos caminhando até a comunidade.

praia do rio pardo

praia do rio pardo

                        De volta a casa de Tico, tomamos um novo café com mais uns dedos de prosa e em agradecimento decidimos comprar um banco confeccionado por ele em tora de buriti.

                        Concluído nosso passeio buscamos nosso retorno à sede do município.

DO LISO DO SUSSUARÃO à Chapada Gaúcha

 

   (por: José Rodolpho Assenço)             

                    O Município mineiro de Chapada Gaúcha tem sua sede assentada sobre o Liso do Sussuarão, um grande platô sobre a Serra das Araras, em Minas, e sua pré-história está envolta a personagens de Guimarães Rosa: a história das jagunçadas e dos bandoleiros que ali se escondiam no início do século passado e, por fim, o relato da vinda de migrantes do Rio Grande do Sul em um projeto de assentamento rural.

                   Tivemos a oportunidade de conhecer a região, fomos eu e o fotógrafo Cleber. Visitamos esse rincão norte de minas, do qual já tínhamos conhecimento sobre diversos rios, grotões e, em especial, sobre o maior parque de cerrado, o Grande Sertão Veredas.

                   Partimos ainda pela manhã, seguindo ao norte de minas, passando pelo município de Arinos até atingir, a cem quilômetros desse a cidade, a Chapada Gaúcha.

liso do sussuarão

liso do sussuarão

                   Percebemos que havíamos chegado local ao nos depararmos com um gigantesco platô, região completamente plana de cerrado ralo.

                   Historicamente, o Liso era conhecido como um lugar sem nada, onde nenhum ser humano ali sobreviveria; sem água por léguas e léguas de distância, onde poucos conheciam sua passagem até atingir do outro lado o vale do Carinhanha. 

                   Nesse cenário, o Liso tornou-se região de refúgio para os bandos de jagunços que assolaram o sertão, entre eles, Antonio Dó e Andalécio, descritos como os bandoleiros das barrancas do São Francisco.

liso do sussuarão ao anoitecer

liso do sussuarão ao anoitecer

                   Esse deserto permaneceu praticamente inexplorado por muitos anos, composto por uma região praticamente sem água, de terra arenosa e de vegetação rasteira.

                   Em 1976, o governo militar buscava a ocupação de regiões de terras devolutas e, para tanto criou o Projeto de Assentamento Dirigido à Serra das Araras (PADSA), que assentou inúmeras famílias gaúchas sobre o Liso e localidades circunvizinhas. Logo, a região prosperou o solo arenoso com as devidas e modernas correções do solo se tornaram produtivos, e uma vila de gaúchos se formou sobre o Sussuarão.

casa do parque

casa do parque

                   A Vila dos Gaúchos em 1994, tornou-se distrito de Chapada Gaúcha, pertencente ao município de São Francisco e, no ano seguinte, foi elevada a Município, tendo o Distrito de Serra das Araras, distrito histórico em suas terras.

chapada gaúcha

chapada gaúcha

                   Com aproximadamente onze mil habitantes, o município teve, e tem, um crescimento acelerado, oriundo da produção agrícola em especial da soja, milho e em sementes de capim. Por sorte, a região produz uma das melhores sementes de capim e é procurada por inúmeros pecuaristas para formação de pastagens.

chapada gaúcha

chapada gaúcha

 

                   Retornando a nossa visita, estava no final da tarde acompanhado de Nayara, do fotógrafo Cleber e de nosso guia, o Senhor Anderson Lopes Santana, conhecedor dos meandros do sertão da história de Guimarães Rosa e das veredas, que nos acompanharia a visita também, a outros passeios e partimos para o por do sol na beira desse tabuleiro no imenso Vão dos Buracos, local de onde tiramos inúmeras fotos.

vão dos buracos

vão dos buracos

                   Em Chapada Gaúcha, nos hospedamos em um bom e pequeno hotel na cidade e aproveitamos também para visitar a sua Igreja Matriz, logo próximo à entrada da cidade e próximo ao hotel.

igreja de chapada gaúcha

igreja de chapada gaúcha

                   Esse local está de frente de uma grande praça, a qual tem alguns bares, restaurante e a prefeitura ao fundo e onde acontece diversas atividades e eventos na pequena cidade, em especial no mês de julho, o Encontro dos Povos do Sertão.

praça e prefeitura ao fundo, chapada gaúcha

praça e prefeitura ao fundo, chapada gaúcha

                  Visitamos a sede do Parque Nacional do Grande Sertão Veredas, uma simpática casa, e onde fomos imensamente bem recebidos.  

sede do parque grande sertão veredas

sede do parque grande sertão veredas

         Tenho que registrar também que, em nossa estada na cidade, visitamos a casa de nosso guia Anderson, onde sua esposa e sogra nos atenderam com um excelente jantar.

centro de chapada gaúcha

centro de chapada gaúcha

                   Ao Final, fiz questão de visitar algumas das poucas ruas da cidade, registrando essa que tem um crescimento acelerado e onde consta ter uma das Cooperativas de Crédito mais eficientes do estado.