Arquivo da tag: uva

SÃO JOAQUIM – uva, maçã e vinho

(por: José Rodolpho Assenço)

 

                   São Joaquim, cidade serrana catarinense, conhecida por todos como a terra da neve, local onde, anualmente, ocorre a incidência de precipitação de neve e, por ser uma das cidades mais frias do país, apresenta, a quem a visita, diversas outras riquezas que merecem ser citadas.

                   Quando de minha estada à serra catarinense, visitei, por mais de uma vez, essa intrigante cidade e pude observar diversas paisagens e infindáveis plantios de uva e maçã.

                   Sua história remete a uma sesmaria, que foi ocupada por algumas famílias de gaúchos ainda nos meados do século XIX. Esse aglomerado veio a se tornar distrito de Lages em 1871, com o nome de São Joaquim da Costa da Serra.

mirante_em_são_joaquim

mirante_em_são_joaquim

                   Assim que me aproximei da cidade pela rodovia, percebi a subida dessa última etapa da serra e logo observei um mirante no qual parei para admirar uma bela floresta de araucárias.  De Lages até esse local, havia passado por inúmeras parreiras e também cultivos de maçã, todos protegidos por numerosos sombrites, levando em consideração as diversas chuvas de granizo que acontecem na região.

                   Logo entrei em São Joaquim e, perto dessa entrada, percebi um belo restaurante, todo construído em madeira. Devido ao adiantado da hora, estacionei o carro e fui almoçar nesse simpático restaurante, que era, na verdade, uma Parrilla, casa de carnes, churrascos, com seu interior todo em madeira. Havia uma grande fogueira ao centro onde se encontrava uma bela costela bovina assando no fogo de chão.

vista_parcial_de_são_joaquim

vista_parcial_de_são_joaquim

                   Bem alimentado, prossegui pela avenida principal da cidade, Lauro Muller, passei por uma bonita praça, onde existe um centro de atendimento ao turista.

avenida_em_são_joaquim

avenida_em_são_joaquim

                   Nesse local, obtive diversas informações sobre a cidade e seus arredores. Também fui informado que não poderia pernoitar na cidade, pois todos os hotéis, pousadas e estalagens estavam lotados, isso em decorrência da previsão de neve para os próximos dias.

                   Segui minha visita à praça João Ribeiro, onde se encontra a intrigante Igreja Matriz de São Joaquim, com torres diferentes de todas as demais que conheço: uma mistura de estilo gótico com fortificações da Idade Média. 

igreja_matriz_de_são_joaquim

igreja_matriz_de_são_joaquim

Estacionei o veículo ali e iniciei inúmeras fotos da bela praça e da fachada principal da Igreja.

praça_joão_ribeiro

praça_joão_ribeiro

                   Foi construída em pedra basalto e sua pedra fundamental foi fincada em 1918; sua obra realizada entre 1935 e 1954, uma construção atribuída ao Padre João Batista Viecelli e concluída por Padre Raú, um alemão que havia recentemente chegado ao Brasil.

igreja_de_são_joaquim

igreja_de_são_joaquim

                   Teria Padre João inicialmente mostrado um livro italiano ao Padre Raú, apresentando uma Igreja única diferente de todas as demais no país.   Realmente, uma Igreja única e construída com essas rochas da região serrana.

                   Concluída a visita ao centro, e já alertado sobre o risco de neve, bem como sobre o fato de não poder me hospedar na cidade, prossegui meu passeio, passando pelo distrito industrial, onde conheci uma grande indústria de beneficiamento de maçã, que vende para todo o Brasil e exporta para demais vizinhos.

exponeve

exponeve

                   Estacionei, em seguida, em uma feira permanente da cidade, denominada Exponeve, destinada à venda de gêneros alimentícios da região e de roupas de frio, luvas, agasalhos e assemelhados.  Nessa feira, tive também a grata satisfação de experimentar diversos sucos da citada indústria de alimentos, dos quais fiquei maravilhado com o suco de maçã com mirtilo.   Confesso que até hoje continuo freguês desse produto e, sempre que o encontro nos mercados em Brasília, não resisto à tentação.

                   Saindo do distrito industrial, prossegui por alguns quilômetros até um local chamado simpaticamente de vale nevado, onde existe restaurantes, café e um centro de entretenimento e lazer. 

vale_nevado

vale_nevado

Nesse local, fiquei por aproximadamente uma hora, observando a beleza da serra e realizando uma sequência de fotos.

casa_no_vale_em_são_joaquim

casa_no_vale_em_são_joaquim

                   Retornando por outro caminho, sem passar ao centro, logo busquei conhecer uma imensa vinícola, fora da cidade, quase na encosta da serra. Tive a alegria de fazer toda a visita e conhecer todo o processo de produção e envelhecimento e, ao final, a degustação de inúmeros de seus produtos.

cave_em_são_joaquim

cave_em_são_joaquim

                   Entretido, quando saí do ambiente da vinícola, já era noite e me apressei em retornar à estrada.