(Apresentação: Sandro Cidrão; fotos: José Rodolpho Assenço)
Santana do Cariri (CE)
Santana do Cariri, situada no extremo sul do sertão cearense, completará, no dia 25 de novembro de 2013, 128 anos de emancipação política. Com uma população de 17.200 habitantes, ainda é um município muito pobre, mas de riquezas minerais e naturais incomparáveis; atrativos turísticos e um povo eminentemente dotado de cultura e tradição. É a Capital Cearense da Paleontologia e integra um dos geossítios do Geopark Araripe, pela abundância e riqueza de seus fósseis existentes no solo e no Museu de Paleontologia, que tem um dos mais vastos e importantes acervos do período Cretácio no mundo. Tudo se constitui num verdadeiro paradoxo.
Na Matriz, estão sepultos os restos mortais da Serva de Deus Benigna Cardoso da Silva, tida e venerada como “santa” e “Heroína da Castidade” pela população, com Processo de Beatificação em andamento no Vaticano, em sua fase Diocesana. Poderá ser de Santana do Cariri a primeira beata cearense. É a primeira vez, em 100 anos, que a Diocese de Crato introduz um Processo de Beatificação e tem da Santa Sé o “Nihil Obstat”, ou seja,“Nada Impede”, concedido pela Congregação para a Causa dos Santos, do Vaticano.
O Pontal da Santa Cruz- um braço estendido da Chapada do Araripe apontando para a cidade — por si só é uma representação ancestral da fé do povo santanense. Contam os mais idosos que um cruzeiro foi colocado no alto da serra na passagem do século XIX para o século XX, para afugentar o demônio, que, segundo dizem, aparecia no alto em forma de grandes labaredas de fogo, fumaça e barulho e amedrontava o povo do Cancão. O bispo celebrou uma missa e inaugurou o cruzeiro, que por duas vezes foi destruído por um raio. Um terceiro, de bronze, foi erguido, mas em 2012 caiu, consequência das intempéries naturais, falta de manutenção, ou quem sabe, segundo os mais crentes, uma nuvem negra pairou sobre a cidade e causou o acidente.
Para se chegar ao Pontal, o caminho é a ladeira do Cancão. Ela causava medo aos motoristas no passado, pois era íngreme demais e havia histórias de assombrações. Quem ia ao Crato por essa estrada, subia essa ladeira rezando.
Fotos tiradas de cima da pedra do Pontal
Fotos de casas de uma vila próxima ao pontal