(por: José Rodolpho Assenço)
Em minha ultima passagem por Unaí-MG, no começo de junho próximo passado, decidi por conhecer Santo Antonio do Boqueirão, povoamento do município com 270 anos de história, almoçar no local e fazer algumas fotos em especial ao entardecer.
Ainda, em Unaí pela manhã, encontramos com dois motociclistas da cidade que haviam acabado de chegar de uma trilha, e, em conversa rápida e informal, busquei informações sobre a localidade: como chegar; e o que haveria para almoçar no local. Saímos para Boqueirão já próximo às 14 horas.
Rodando por uns 15 quilômetros de asfalto que liga Unaí a Paracatu, buscamos uma rodovia de terra em boas condições que, como a festa do Boqueirão se aproximava, a Prefeitura provavelmente teria feito reparos recentes.
Após uns seis quilômetros chegamos a uma minúscula localidade chamada Campinas onde em uma lanchonete bastante agradável denominada “K & Pira” paramos para tomar um refrigerante, e, onde a proprietária nos informou mais detalhes de como chegar ao nosso destino.
Fiquei na duvida quanto ao significado do nome se tratava-se da figura do Caipira, ou se o cliente na verdade Cai e Pira.
Feita esta parada seguimos por mais dezesseis quilômetros de terra até atingir Santo Antonio do Boqueirão.
Boqueirão é o povoamento mais antigo do município de Unaí, situado as margens do Rio Preto, uma Arraial que guarda sua simplicidade como se o tempo ali tivesse parado. Existe logo na entrada uma grande ponte atravessando o Rio, toda em aroeira e já com muitos anos de existência algumas poucas casas conserva o aspecto original e a Igreja de Santo Antonio.
A lenda de sua criação, foi a da aparição de uma imagem do Santo sobre um toco, a pouco mais de cem metros das margens do Rio Preto, a qual teria sido recolhida e levada para a paróquia de Paracatu. No entanto pouco tempo depois, a estatua desapareceu da paróquia e voltou a surgir no mesmo local sobre o toco. Conta-se porem que teria sido o próprio dono das terras que teria buscado a imagem, no intuito da atrair pessoas à região o que efetivamente aconteceu.
Diversos peregrinos, visitante e romeiros começaram a visitar o local onde hoje existe a Igreja de Santo Antonio, e assim, em duzentos e setenta anos de historia essa romaria acontece em louvor ao Santo, seguida de uma festa de dez dias a qual esse ano iria iniciar no sábado dia 9 de junho, com encerramento no dia 16, tendo como evento principal a missa e festividades do dia 13 dia do Santo.
Durante as festividades, acontece honrarias e entregas de comendas as pessoas que efetivamente contribuem com a romaria.
Percebe-se porem que o evento é também momento de encontro das famílias tradicionais de Unaí em especial na missa.
Logo que eu e Nayara chegamos ao local, avistamos a grande ponte de madeira da qual parei para tirar diversas fotos nos dois sentidos, e a ultrapassa-la logo avistamos o bar e restaurante do Gaspar do peixe.

ponte-sobre-rio-preto
Parando o carro e mesmo sem descer, o senhor Gaspar veio nos receber dizendo para ficar ali pois faria um peixe frito para saborear. Confirmei inicialmente que sim mais que antes iria fazer algumas fotos da Igreja, casas e cemitério.
Cumprida essa etapa voltamos ao senhor Gaspar que muito bem nos recebeu com uma cerveja gelada e que imediatamente começou a preparar o peixe frito com salada.

gaspar-do-peixe
Gaspar mostrou o seu estabelecimento, o Rio logo abaixo onde comumente ele pesca, apresentou sua família e contou muitos “causus”. Contou que mora no local à vinte anos que é oriundo de Patos de Minas e dizia estar muito feliz na localidade.

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Nayara agradada pela fartura do local, decidiu fazer um vídeo, do qual divulgou no Face perguntando da seguinte forma “Seu Gaspar aqui ta faltando gasolina: aqui não, tem uns galão chein ; Seu Gaspar e gás ta faltando: gás também não tem bastante ali; Seu Gaspar e peixe: os que num ta no frizê ta no rio nadando; E cerveja gelada: essa é que num falta mesmo”.

senhor-gaspar
Após o jantar e tendo agradecido ao seu Gaspar, voltamos ao nosso intento que era de fotografar Boqueirão ao entardecer.

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Fotografamos novamente a Igreja casas ao redor e finalizamos nossas imagens com fotos da ponte.

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Concluído os trabalhos retornamos de noite em busca da rodovia que nos levaria até Paracatu, destino final desse dia.