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O Largo do Santana

(por: José Rodolpho Assenço)

                        O Largo do Santana é marco inicial da colonização do Noroeste Mineiro, especialmente a região do Vale do Paracatu. E foi nesse largo que se criou o primeiro arraial da região.

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                        Mergulhando na história do sertão mineiro, iremos nos deparar com esse momento que, até hoje, não é muito bem conhecido. Alguns livros registram a criação do Arraial de São Luiz e de Sant’Ana das Minas a bandeirantes e mineradores paulistas e portugueses, porém, na verdade, o início da colonização se deu pelos pecuaristas oriundos do sertão baiano, que ali encontraram um vale fértil e adequado para a criação de gado.

                        É cediço que a colonização de Paracatu, em Minas Gerais, por exemplo, ao contrário do que muitos pensam, não está ligada às minas de ouro e garimpos, e sim a uma vila de pecuaristas e seus agregados e escravos que ali se instalaram. Isso até parece estranho, pois a cidade encontra-se exatamente sobre diversas minas, entre as quais, a maior hoje em funcionamento no País. 

                    Grande parte dos pesquisadores afirma ter acontecido tal colonização entre 1690 e 1710.

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                        Sabedor de que o Largo do Santana fora o centro do Arraial de São Luiz e de Santana, saí em um domingo pela manhã para realizar algumas fotos do local. E para iniciar tais registros, segui imediatamente em direção à Igreja de Nossa Senhora de Sant´anna, que fica bem em frente do largo.

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                        A Igreja de Santana nos dias de hoje é uma réplica da Igreja original, em que, por volta de 1935, se encontrava em ruínas, tendo sido chamado o Clero — e a comunidade — para os devidos reparos. Tal ação não teria acontecido e, para garantir a segurança da população, ela foi demolida na data citada, o que causou grande revolta à parte da população de Paracatu.

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                        Por ser a primeira Igreja e por representar o início da Villa de Paracatu do Príncipe, ela foi construída novamente, uma réplica no mesmo local da original, para que pudesse ser apreciada pela população na praça original com a mesma composição.

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                        Depois de registrar a Igreja e o Largo, segui em direção ao primeiro sobrado de alvenaria erguido na cidade, o qual, segundo algumas pessoas, teria servido de residência temporária de “Dona Beija”. Essa edificação foi construída bem no início do largo, em frente a uma pequena fonte de água.

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                        Algumas imagens do sobrado e do largo do final do século XIX e início do XX podem ser encontradas facilmente em buscas sobre a história do local. 

Chapada dos Guimarães

(por: José Rodolpho Assenço)

                      A Chapada dos Guimarães é considerada por muitos a capital do Ecoturismo, isso devido à infinidade  de córregos, cachoeiras e atrativos que a cercam. Trata-se de um imenso paredão de aproximadamente 150 quilômetros de extensão, separando a Baixada Cuiabana e o Pantanal ao sul; e o Planalto Mato-grossense ao norte.

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                        A aproximadamente 60 quilômetros de Cuiabá, no sentido norte, o acesso a esse local dar-se por intermédio de belíssima estrada.

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                        A história de sua criação é um pouco confusa. Segundo relatos, originou-se com o bandeirante Antonio de Almeida Lara, que fez fortuna em Cuiabá e posteriormente teria caído em desgraça. Desanimado com essa situação, Lara seguiu ao norte pelo Rio Coxipó em busca de ouro e, em seguida, teria subido a Chapada também nesse intuito.

                        Contam ainda — provavelmente uma lenda — que o referido bandeirante teria parado para descansar próximo a um córrego. No momento em que ele resolvia seus problemas fisiológicos, percebeu algumas grandes pepitas de ouro. A partir daí Lara novamente tornou-se pessoa importante e rica na região.

                        Deixando os contos de lado, ele se instalou na região por volta de 1722, montando uma fazenda e engenho.

                        O primeiro nome da localidade como núcleo urbano, foi Sant´Ana da Chapada, posteriormente mudou para Sant´Ana da Chapada dos Guimarães, provavelmente por influência dos portugueses. O arraial prosperou, mas somente em 1953 foi criado o município de Chapada dos Guimarães.

                        Seu principal monumento é, sem dúvida, a Igreja de Santana. Após sua construção em 1779, teve o incremento do núcleo urbano ao seu redor, facilitada pelo fato de a localidade estar no caminho da estrada para Goiás, o que fortalecia o comércio.

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                        Além da história e de suas construções seculares, tem hoje a Chapada uma grande quantidade de bares, restaurantes e lojas de artesanato que merecem ser visitadas. Provavelmente seja o segundo pólo turístico mais visitado do Mato Grosso, perdendo somente para o Pantanal.

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                        Diversos pontos turísticos são encontrados na estrada que a corta. Alguns deles: o Rio Mutuca, o Córrego Salgadeira, verdadeiro complexo turístico que passa por reformas;  o mirante Portão do Inferno, a cachoeira Véu de Noiva, que ilustra alguns álbuns como cartão postal Mato-grossense; Cachoeira da Prainha; Cachoeirinha; quedas do Rio Claro, totalizando 487 cachoeiras no município e no Parque Nacional, que conta com 3.300 Km².

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                        A Cachoeirinha possui uma estrutura para o turismo com fácil acesso, contando com bar, restaurante e loja de artesanato, e é o melhor local também para quem deseja tomar banho em ducha natural.

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                        Pela sua altitude e por ter um clima mais ameno, no mês de julho, acontece anualmente o Festival de Inverno da Chapada, evento que movimenta a cidade, e que recebe muitos visitantes.