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Chapada dos Guimarães

(por: José Rodolpho Assenço)

                      A Chapada dos Guimarães é considerada por muitos a capital do Ecoturismo, isso devido à infinidade  de córregos, cachoeiras e atrativos que a cercam. Trata-se de um imenso paredão de aproximadamente 150 quilômetros de extensão, separando a Baixada Cuiabana e o Pantanal ao sul; e o Planalto Mato-grossense ao norte.

paredão

                        A aproximadamente 60 quilômetros de Cuiabá, no sentido norte, o acesso a esse local dar-se por intermédio de belíssima estrada.

vista_da_chapada

                        A história de sua criação é um pouco confusa. Segundo relatos, originou-se com o bandeirante Antonio de Almeida Lara, que fez fortuna em Cuiabá e posteriormente teria caído em desgraça. Desanimado com essa situação, Lara seguiu ao norte pelo Rio Coxipó em busca de ouro e, em seguida, teria subido a Chapada também nesse intuito.

                        Contam ainda — provavelmente uma lenda — que o referido bandeirante teria parado para descansar próximo a um córrego. No momento em que ele resolvia seus problemas fisiológicos, percebeu algumas grandes pepitas de ouro. A partir daí Lara novamente tornou-se pessoa importante e rica na região.

                        Deixando os contos de lado, ele se instalou na região por volta de 1722, montando uma fazenda e engenho.

                        O primeiro nome da localidade como núcleo urbano, foi Sant´Ana da Chapada, posteriormente mudou para Sant´Ana da Chapada dos Guimarães, provavelmente por influência dos portugueses. O arraial prosperou, mas somente em 1953 foi criado o município de Chapada dos Guimarães.

                        Seu principal monumento é, sem dúvida, a Igreja de Santana. Após sua construção em 1779, teve o incremento do núcleo urbano ao seu redor, facilitada pelo fato de a localidade estar no caminho da estrada para Goiás, o que fortalecia o comércio.

igreja

                        Além da história e de suas construções seculares, tem hoje a Chapada uma grande quantidade de bares, restaurantes e lojas de artesanato que merecem ser visitadas. Provavelmente seja o segundo pólo turístico mais visitado do Mato Grosso, perdendo somente para o Pantanal.

salgadeira corrego_da_salgadeira

                        Diversos pontos turísticos são encontrados na estrada que a corta. Alguns deles: o Rio Mutuca, o Córrego Salgadeira, verdadeiro complexo turístico que passa por reformas;  o mirante Portão do Inferno, a cachoeira Véu de Noiva, que ilustra alguns álbuns como cartão postal Mato-grossense; Cachoeira da Prainha; Cachoeirinha; quedas do Rio Claro, totalizando 487 cachoeiras no município e no Parque Nacional, que conta com 3.300 Km².

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                        A Cachoeirinha possui uma estrutura para o turismo com fácil acesso, contando com bar, restaurante e loja de artesanato, e é o melhor local também para quem deseja tomar banho em ducha natural.

cachoeirinha cachoeirinha_queda

                        Pela sua altitude e por ter um clima mais ameno, no mês de julho, acontece anualmente o Festival de Inverno da Chapada, evento que movimenta a cidade, e que recebe muitos visitantes.

O Lago do Manso

(por: José Rodolpho Assenço)

                                   Impressionante pela sua largura e dimensão (9.365 Km2), o Lago do Manso destaca-se como uma das maiores represas construídas no país.

                                   A Represa de Manso ou APM-Manso (Aproveitamento Múltiplo de Manso) está situada no turístico município da Chapada dos Guimarães, Mato Grosso – paraíso do ecoturismo, local de inúmeras cachoeiras, rios, corredeiras, mirantes e restaurantes típicos da culinária mato-grossense.

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                                   Dentre as belezas do município, devo destacar o mirante do ponto geodésico da América do Sul, cachoeira do Véu de Noiva, Cachoeirinha, Salgadeira, rio Claro e mais uma infinidade de atrativos naturais. A Chapada dos Guimarães encontra-se a pouco mais de sessenta quilômetros de Cuiabá, e a represa do Manso, a aproximadamente cem quilômetros, por estradas asfaltadas.

                                   O Manso começou a ser projetado por volta de 1974 quando da enchente do rio Cuiabá, que deixou desabrigada mais de vinte por cento da população da capital, em um projeto de aproveitamento múltiplo, como seu nome diz, gerando energia, desenvolvendo turismo, irrigação e controlando o nível das águas do rio Cuiabá, reduzindo sua oscilação no período de seca e de chuvas intensas. Trata-se de um dos poucos lagos criados em região de chapada no divisor de diversas bacias hidrográficas.

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                                   O terreno arenoso ou argiloso ao seu redor proporciona a aparência extremamente cristalina de suas águas, que certamente não foram afetadas por poluição alguma.

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                                   O Lago teve sua construção iniciada em 1988, ficando depois paralisadas suas obras por quase dez anos. Foram concluídas somente em 1999, e o reservatório completo em 2001. A partir daí o lago é ponto de encontro de turistas, iatistas e pescadores que descobriram, nesse imenso lago, bons momentos de lazer. Diversas espécies de peixes habitam a região com destaque para a Peraputanga e o Tucunaré.

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                                   Manso, pela sua beleza e imponência, já estreou na televisão e no cinema, servindo de palco para algumas produções.

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                                   A imensa represa, porém, sofreu também diversas críticas de ecologistas e ribeirinhos. Daqueles, pelo possível impacto causado por tamanha obra no tocante à mudança no fluxo natural dos peixes que poderiam ser detidos pela barragem quando do período da piracema; destes, pela inadequada ou incompleta desapropriação de suas terras, uma vez que antigamente, nas margens do rio, possuíam várzeas para cultivo agrícola, o que não acontece nas regiões superiores e áridas onde foram ou serão alojados.

                                   Problemas à parte, na verdade o lago é de impressionar qualquer visitante, com diversas ilhas e braços que se perdem no horizonte. Provavelmente, essa represa seja a última desse porte construída no país, diante da legislação ambiental atual, bem como devido à evolução do processo de produção de energia elétrica, que utiliza de quedas menores para esse fim.

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                                 Ressalte-se, finalmente, que, do lago, avista-se o Morro do Chapéu — imponente chapada esculpida pela erosão, compondo um belo cartão postal.  

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