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PIRANHAS e a História do Pescador

(por: José Rodolpho Assenço)

                        Datada do século XVII, Piranhas era conhecida à época como Tapera. Em local próximo a povoação na foz de um pequeno riacho junto ao Rio São Francisco, um pescador pegou uma gigantesca piranha, local esse onde ele limpou e salgou o peixe levando em seguida para sua casa.  Chegando em sua residência, percebeu que havia esquecido seu cutelo e mandou imediatamente seu filho voltar para o local das Piranhas para buscar.

                        Com isso de geração em geração o local começou a ser chamado de Piranhas.

piranhas alagoas

                        A cidade tem rica história desde o século XVII, quando ainda Tapera, ficando posteriormente conhecida como Porto de Piranhas, e ainda Piranhas de Cima.

                        Em Janeiro próximo passado, tive a oportunidade de visitar o município no qual permaneci por dois dias, acompanhado de Nayara e João Guilherme meu filho, além do cachorro Daniel.

                        Piranhas, uma jóia encravada nas margens do Velho Chico foi eleita uma das vinte cidades mais charmosas do interior brasileiro, e, esta a 280 quilometros de Maceió; e 220 de Aracaju em região de caatinga, sendo ainda, a primeira cidade do semi-árido a ser tombada pelo IPHAN.

piranhas

                        Teve muito destaque devido ter sido no município, em local próximo a cidade, mais especifico na gruta dos Angicos, a ultima batalha contra Lampião tendo sido exposta as cabeças dele, Maria Bonita e mais nove cangaceiros em um casarão que existe ate hoje, próximo a torre do relógio.

                        Piranhas cresceu e teve seu povoamento organizado e bem estruturado desde o riacho até a povoação.  Em 1885 foi criado o distrito de Piranhas; elevado a Vila em 1887; e a município em 1911.

                        A cidade teve vital importância para a navegação do São Francisco, trazendo desenvolvimento para a região e riquezas para o Baixo rio.  Em 1859 Dom Pedro II, visitou a cidade e incentivou a navegação a vapor.

lojas em piranhas

                        A criação da estrada de ferro foi outro marco desenvolvimentista da região, trazendo riquezas para a cidade e tornando Piranhas, entreposto comercial multi-modal.

                        Hoje a principal atividade esta ligada ao turismo, sendo o terceiro maior destino turístico do estado, ficando atrás apenas de Maceió e Maragogi, com inúmeros atrativos Cannions, rios e lagos, ideal para Ecoturismo e Turismo Cultural e Lazer.

pousada maria bonita

                        Em nossa estada tive o prazer de ficar no Hotel Maria Bonita localizado em cima de um pequeno outeiro, um casarão colonial dos mais belos, como uma grande escadaria que se estende da praça até sua varanda, e que prossegue após o hotel, subindo por duzentos e cinqüenta degraus para uma capela localizada em um dos dois mirantes que a cidade possui, sendo esta a Igreja de Nosso Senhor do Bomfim.

                        Assim que chegamos ao hotel deixamos as bagagens, e, após descansar um pouco e beber água, iniciamos a subida dos 250 degraus até o topo do Bomfim, e onde permanecemos ao entardecer tirando inúmeras fotos.

palácio dom pedro II

                        Logo à noite e sempre acompanhado de Nay, meus filhos Biloca e o Daniel buscamos o centro da cidade onde possui em uma rua inúmeros bares, alguns restaurantes, musica ao vivo, e , muitas mesas no largo a sua frente.

largo em piranhas

                        No dia seguinte pela manhã Nayara decidiu subir com Daniel no segundo mirante bem mais alto que o do Bomfim, e, e eu e Biloca seguimos de carro para buscar os atletas da escadaria. No alto, o local que possui um obelisco, e um restaurante, onde novamente tive oportunidade de tirar muitas fotos.

                        Após o almoço imprimimos uma grande caminhada pela cidade, e também por diversas ladeiras, fotografando os casarões, a Matriz de Nossa Senhora da Saúde, a Igreja de Santo Antonio de Lisboa e o Museu Dom Pedro II.

igreja de nossa senhora da saúde

                        Na seqüência partimos em direção ao porto, e a praia logo à frente, onde do seu lado existe a antiga estação ferroviária, hoje sede do Museu do Sertão, com diversos cactos já instalados no seu telhado, museu esse que conta a historia da cidade e do cangaço na região.

museu do sertão

                        Um pouco mais a frente temos também o símbolo principal de Piranhas que refere-se à Torre do Relógio, onde existe um pequeno e simpático café logo no térreo, e, próxima a ela o grande casarão onde ficaram exposta as cabeças de Lampião e Maria Bonita.

piranhas e a torre do relogio

                        Já no final da tarde nos instalamos em um dos restaurantes do porto de Piranhas para contemplar o Rio São Francisco, bem a nossa frente.

                        Como havia combinado de retornar a Aracaju, prometi a todos de retornariamos a Piranhas para fazer o passeio de barco que segue por trinta minutos do porto rio abaixo, até o porto dos Anjicos, visitar a gruta do mesmo nome, local onde os cangaceiros foram mortos, tomar um banho no São Francisco, e almoçar no restaurante dos Anjicos, proposta de passeio que recebi de um barqueiro da cidade.

MORADA NOVA, Capital Mineira do Pescado

(Por: José Rodolpho Assenço)

                        Morada Nova de Minas município as margens da grande represa de Três Marias, tem uma historia inusitada desde sua criação até os dias de hoje.

                        No carnaval passado decidi juntamente com Nayara e meus amigos, Humberto Neiva e família visitar essa conhecida cidade que já foi muito procurada tanto pelo turismo da pesca como pelos antigos carnavais que fazia.

                        Um povoamento bem antigo que remonta os primeiros anos do século XIX, iniciado com a Senhora Inácia Maria do Rosário, fazendeira então da região que doou uma área de 180 alqueires as Missões Franciscanas, mandando construir em 1810 uma capela a Nossa Senhora do Loreto.

morada nova

igreja-de-nossa-senhora-do-loreto

                        Dona Inácia muito envolvida com as atividades religiosas decidiu por construir uma casa próxima a igreja e mudou-se em seguida para o local do lado da Igreja dando o nome ao local de sua Morada Nova.   Sequencialmente outros fazendeiros e demais pessoas da região fizeram o mesmo, construindo suas casas próximas a Igreja criando assim a primeira povoação.

                        O primeiro nome do local ficou sendo Morada, depois Nossa Senhora do Loreto e por fim Morada Nova de Minas.

                        O grande crescimento de Morada Nova aconteceu após o ano de 1950 quando se emancipou, mas foi brevemente interrompido com a criação da represa e com o fim do acesso terrestre a sua sede.

                        Conta-se que já foi um grande entreposto de cargas que chegavam ao sertão, e que também seguiriam para outras regiões.

morada nova

represa-de-três-marias

                        A inundação aconteceu de forma repentina para os munícipes, teriam sido avisados poucos dias antes o que provocou desespero a diversos fazendeiros que perderiam todas suas terras, houve nessa ocasião relatos de casos de suicídio e processos na justiça oriundos dessa intervenção.

                        “As águas começaram a chegar. Primeiro mansamente, um pontinho lá longe. E foram chegando e conquistando as partes baixas, assim como se fossem as donas. Começaram a formar pequenos braços e, em pouco tempo os braços eram poderosos como polvo. Tudo ficou submerso, como se nunca tivesse existido”.

                        Nesse contexto o crescimento ficou interrompido por muitos anos até o desenvolvimento do turismo de pesca e de eventos.   Muitos queriam passar feriados na orla de Morada Nova ou para pescar, ou simplesmente para se refrescar, porem, nos últimos dez anos devido às fracas chuvas e o recuo do nível da represa, deixou as praias distantes da água.

morada-nova

praia-em-morada-nova

                        Talvez por esse motivo os grandiosos carnavais que aconteciam já não exista mais e com isso novamente a cidade caiu em esquecimento.

                        Hoje Morada Nova desponta como a principal produtora de pescados de Minas Gerais, e uma das maiores do país com a produção de alevinos, pescados de diversos tipos em especial o filé de tilápia que é comercializado em todo Brasil.

                        Nossa viagem partiu de Paracatu, seguindo pela BR040 até aproximadamente uns trinta quilômetros após Três Marias, onde buscamos a rodovia de terra que leva até Morada Nova passando por Porto das Balsas, de onde se atravessa a represa.

                        Já estava anoitecendo quando chegamos ao porto e por sorte o balseiro nos aguardava, havia visto as luzes dos nossos carros descendo a chapada.  E assim no começo da noite atravessamos a grande represa em um trajeto de pouco mais de trinta minutos.

morada-nova

balsa-para-morada-nova

                        Nesse momento não fotografei, já era noite e deixaria esta atividade para o retorno. Do outro lado descemos em um lugarejo denominado Porto Novo, e seguimos por mais uns dezoito quilômetros até o centro de Morada Nova de Minas.

morada-nova

porto-novo

                        Assim que entramos na cidade e atravessamos o centro seguimos para nossa pousada que fica do outro lado em area rural, Pousada das Buganvílias onde fomos muito bem recebidos pelo proprietário César e sua esposa Núbia.

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pousada-das-boganvilias

                        Após nos instalarmos e tomar um banho, partimos para a praça central a fim de assistir a um show de uma banda famosa que iria tocar nesse carnaval de Morada.

                        No dia seguinte buscamos fazer um reconhecimento em toda cidade, fomos a praia publica, onde existe alguma estrutura, porem as águas da represa não mais encostam em sua área. 

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 Passamos em seguida em um bar legal onde existe a sua frente uma pequena represa, local esse denominado de Lago Sul.

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                        Retornamos a pousada onde ficamos conversando com o casal anfitrião que nos contou diversas historias suas e da cidade, uma vez que César é de família da região, sendo ali terras de seus antecessores.

                        No dia seguinte decidimos tomar um banho na represa próximo a uma ponte, onde ficamos por algumas horas nos refrescando no local.

                        Na volta decidimos curtir um pouco a pousada do César onde sua esposa fritou um peixe delicioso acompanhado de uma gelada, e onde ficamos conversando por horas.

                        A cidade conta com dois bons restaurantes, a Varandas do Sandro onde tivemos a oportunidade de almoçar em um dia, e o restaurante Vandeko, que freqüentamos por algumas vezes, principalmente na noite.

                        Em nosso retorno a Brasília, tive a oportunidade de conhecer a grande represa, o pequeno povoamento de Porto Novo que possui dois hotéis um mais simples e outro mais confortável destinado a receber os amantes da pesca, ficamos de em outra oportunidade retornar para uma pescaria no local.

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                        Novamente subimos à balsa e ficamos observando a grande e límpida represa e vendo Porto Novo se afastar.

fonte: http://www.moradanova.mg.gov.br/

http://portaldmoto.com.br/