(Por: José Rodolpho Assenço)
Cairu o único município arquipélago do Brasil, hoje conhecido internacionalmente por diversos destinos turísticos, incluindo Morro de São Paulo na ilha vizinha de Tanharé, consta ser a segunda cidade mais antiga do país.
Em janeiro deste ano, estando perto de Cairu, não poderia deixar de fazer uma visita, escolher um dia para conhecer essa cidade tão antiga de nosso país e suas belezas históricas.
Contei nesse passeio que, começou pela manhã finalizando próximo às 15 horas, com Esne e Marcela casal paulistano, que conhecemos em nossa viagem, dos quais aproveitamos por algumas vezes da agradável companhia, e que estavam imbuídos do mesmo interesse.
A Ilha de Cairu era habitada nos primórdios por índios Aimorés, guerreiros e antes da metade do século XVI, por volta de 1530 começou a ser ocupada por Francisco Romeu, administrador da Capitania de São Jorge de Ilhéus, que decidiu criar uma povoação no local, mesmo com os enfrentamentos dos índios.
O povoado cresceu tornando-se vila em 1608, e sendo uma das mais importantes da colônia, com o nome de Vila de Nossa Senhora do Rosário de Cairu.
Sua Igreja Matriz foi iniciada logo no inicio da povoação por ordem Francisco Romeu, sem data exata, sofrendo ao longo do tempo diversas modificações e reformas.
Porém, o local mais visitado trata-se do Convento e Igreja de Santo Antonio, primeiro conjunto de obra barroca no Brasil.
Anterior a Igreja de Santo Antonio, havia no local uma pequena capela construída pelo casal Domingos Fonseca Saraiva e esposa, que eram sempre utilizadas por frades franciscanos que começaram na seqüência a construir casas ao seu redor.
Em 1650 o frei maior franciscano, Sebastião do Espírito Santo, atendendo pedido dos moradores, mandou três companheiros franciscanos, que foram recebidos com festa pela população no intuito de fundarem a Igreja e o convento no local da antiga capela. Criaram inicialmente uma estrutura de taipa no mesmo ano, e em 1654 foi iniciada a obra definitiva.
A obra pela falta de recursos da doação da população e da própria ordem franciscana se arrastou por quase cem anos, a capela mor e sacristia foram finalizadas em 1661, mas seu conjunto só foi concluido em 1750.
Após sua finalização os franciscanos passaram a sofrer muitas necessidades, quase sendo extintos no século XIX, com isso a bela obra teve parte de seu acervo danificado com o passar do tempo.
Em nossa visita, assim que desembarcamos no pequeno porto de Cairu, com uma pequena praça ao seu lado, Iniciamos uma subida para o Convento por uma rua repleta de casarões do período colonial, onde pude fazer alguns registros, momento no qual, um jovem de bicicleta se aproximou perguntando-nos se íamos visitar o convento, confirmando que sim ele disse cuidar do convento, e que auxilia o Padre, e nos acompanhou.
Ao final dessa rua chegamos ao primeiro outeiro onde esta localizada uma pequena praça e o Convento e Igreja de Santo Antonio.
O jovem nos conduziu por uma porta que deu acesso a um corredor, de onde já observávamos os azulejos azuis portugueses, demonstrando ser uma obra muito antiga, finalizando no pátio interno do convento.
Após preenchermos o caderno de visita, iniciei minha serie de fotos, Esne por sua vez, perguntava ao jovem informações sobre o convento enquanto eu fotografava os belos azulejos. O jovem disse a Esne que o Pároco estava finalizando seu almoço e que iria em breve nos atender.
Posteriormente o ele nos conduziu a Igreja de Santo Antonio, a sua nave, a capela-mor e na sala paroquial, sendo esta, muito rica com diversas paredes em azulejos portugueses, pias de pedras, um altar pintado em ouro e um grande armário muito antigo com diversas gavetas.
Outro armário na parede nos causou estranheza, com inúmeras pequenas gavetas. Foi quando nosso guia informou que todas eram falsas e apenas uma era a verdadeira para guardar assim, no caso de uma invasão as obras e riquezas dos franciscanos.
Voltando ao convento nosso guia nos apresentou uma ultima sala onde estavam guardadas, com mais cuidado, as obras sacras da igreja, diante do risco, de invasão e furto.
Logo que finalizamos a visita o Padre desceu e nos recebeu com carinho, conversou com Nayara, Marcela e Esne, nos presenteando com muita atenção, compramos lembranças do local e agradecendo toda atenção dispensada pelo pároco e nosso pequeno anfitrião, e seguimos por uma rua com mais uma subida em direção a Matriz.
Na praça da Matriz de Nossa Senhora do Rosário de Cairu, logo fotografei sua fachada e ficamos por observar a pequena cidade lá do alto, estando a matriz no outeiro mais elevado.
Finalizada as visitas, iniciamos nossa descida para o porto, por outra rua, onde ainda tivemos que em um pequeno bar, aguardar a chegada de nossa embarcação.