(por: José Rodolpho Assenço)
Milho Verde, povoamento histórico situado na Serra do Espinhaço, em Minas Gerais, distante não mais que trezentos quilômetros da Capital mineira, possui um cenário fantástico com numerosas cachoeiras, serras, poços e casas históricas e uma história que vai das minas de diamante à sua destruição pelo garimpo moderno até alcançar um turismo sustentável.
Estivemos no local em junho próximo passado no intuito de conhecer e registrar as belezas do local. Estava acompanhado de Nayara e do fotógrafo Cleber Medeiros.
A Capela de Nossa Senhora do Rosário tem o Milho Verde como símbolo maior do povoamento e da região.
Sua história inicia na primeira década do século XVIII, quando se conta que se instalou, na região, um português com nome de Rodrigues Milho Verde para garimpar ouro inicialmente, mas vindo a encontrar diamantes posteriormente, abundante em toda a região.
Com essas descobertas, muitos garimpeiros decidiram fixar-se no local criando um núcleo urbano em crescimento, passando a se chamar de Arraial de Nossa Senhora dos Prazeres de Milho Verde do Serro Frio, meio metro de nome.
Porém, com o tempo, o garimpo tornou-se escasso e limitado, levando o povoado a uma situação de abandono, o que perdurou por séculos.
Todavia, no século XX, uma nova era de extração retornou ao local com bombas e máquinas de perfuração trazendo diversos danos a natureza, o que perdurou até sua proibição definitiva, muito tempo depois.
No final do século passado, Milho Verde volta ao cenário regional como local de belíssimas cachoeiras, córregos e de grande beleza atraindo novos moradores, comerciantes e turistas, entrando também como parte do projeto de desenvolvimento turístico da Estrada Real, mas seu desenvolvimento finalmente foi incrementado com o asfaltamento de parte da ER, justamente o trecho que liga Serro ao povoamento.
Logo que chegamos a Milho Verde, seguimos pela Estrada Real, que atravessa todo o povoado até atingir uma pequena rua comercial que liga a um grande largo onde se encontra a Capela de Nossa Senhora do Rosário, além de diversos bares e restaurantes. Nesse largo, por estar em situação elevada dentro do povoamento, é possível também aproveitar de uma bela vista do alto da Serra do Espinhaço, com um imenso vale ao fundo.
Assim que chegamos, estacionamos o carro em uma rua não pavimentada e buscamos algumas imagens da serra e do largo em si, com os bares ao fundo.
Seguimos, porém, para a capela onde eu e Cleber tiramos muitas fotos.
Na lateral da capela, como é de costume em Igrejas muito antigas, um cemitério do qual fiz questão de também fotografar.
Feito isso, buscamos um pequeno mais aconchegante restaurante, logo ao lado do cemitério, onde tivemos uma boa refeição e aproveitamos também para provar uma cerveja artesanal.
Foi uma refeição diferente, pois tínhamos, a nosso lado da varanda, a visão do cemitério e, ao fundo, o vale da Serra do Espinhaço.
Após o almoço, retornamos de carro pela Estrada Real aproximadamente uns dois quilômetros para visitar alguns poços e cachoeiras que ficavam mais próximas e mais conhecidas da região.
Assim que paramos, iniciamos uma caminhada de aproximadamente três quilômetros até atingir diversas lajes de pedra, onde pudemos observar diversos poços formados por um córrego e diversos regos d’agua que convergiam para uma pequena queda e lago logo abaixo.
Alguns desses poços, creio, sejam resultado de perfurações das antigas minerações no local em busca de diamante. Falo isso por ser alguns bem assimétricos.
Não pudemos aproveitar para um banho, pois o frio era intenso nessa época e a água congelante. Poucas pessoas estavam no local e apenas um casal se aventurava em tomar banho nessas águas frias.
Prosseguimos descendo o córrego e aproveitando para fotografar diversas formações rochosas.
Por fim, chegamos ao último poço, que culminava com uma queda de aproximadamente quarenta metros.
Aproveitei para fotografar bem como observar o local, a vegetação e a serra ao fundo. Decidi não descer por um trecho íngreme, trajeto, porém, feito por Cleber, buscando fotografar o lago abaixo e a queda d’água de 40 metros.
Permaneci no topo fotografando e aguardando o retorno do Cleber; em seguida, fizemos a caminhada de retorno para pegar o carro e finalizar nosso passeio ao Serro.