(por: José Rodolpho Assenço)
Pandeiros e suas belas cachoeiras um destino inusitado, um complexo ambiental de rica diversidade, localiza-se no norte de Minas. Fica a cinquenta quilômetros de Januária, por sofrida estrada de terra areia e pedras.
É um importante afluente direto do São Francisco, não pelo volume de água, mas pela diversidade imensa que apresenta. Padeiros um dos principais berçários de peixes, notadamente na planície, quando se espalha formando um grande pantanal, local escolhido por inúmeras espécies para a desova.
Sua riqueza talvez esteja relacionada a grande variedade de flora, e de clima, em uma mistura de cerrado e caatinga, com matas ciliares e de várzeas, amparadas por uma área de proteção ambiental APA.
Pandeiros é também uma pequena vila, um distrito de Januária, seguindo a MG 479 rumo à Chapada Gaúcha e ao Grande Sertão, contando com uma usina hidroelétrica abandonada e diversas cachoeiras.
Nas cacheiras, há um balneário com restaurante, bar e uma grande área de lazer.
No período de carnaval próximo passado, quando estávamos em Januária acompanhado do amigo Humberto Neiva e de sua família, fomos convidados para conhecer Pandeiros. Humberto já havia estado no local muitos anos atrás.
Saímos logo cedo do centro de Januária e seguimos pela estrada de terra. Nesse primeiro trecho, ainda terra vermelha, semelhante ao barro do cerrado, com algumas poucas casas de um lado e outro da MG479. Nos primeiros dez quilômetros, a estrada ainda estava boa e era possível transitar a aproximadamente 40 Km por hora.
Meu amigo Humberto não havia me informado da distância de Pandeiros; na verdade, eu pensava que era perto, e confesso que, após os dez primeiros quilômetros, já aguardava chegar ao local.
Esse ainda é um grande erro do viajante. Mas, em tempos de internet, recomenda-se, antes de qualquer aventura, conhecer e ver as distâncias a serem percorridas. Por sorte, estava com o veículo abastecido e, assim, prosseguimos sertão adentro.
À medida que seguíamos por essa estrada, ela ia piorando e, por volta do vigésimo quilômetro, chegamos a Tejuco, mais uma vila ou distrito de Januária.
Após Tejuco, imagino termos rodado uma hora e meia de muita areia e pedras, algumas bem grandes, obrigando a dobrar o cuidado com veículo. Por fim, avistei um conjunto de antenas sobre uma torre e percebi que estávamos chegando.
Buscamos, na sequência, uma curta estrada de areão que nos levou rapidamente ao balneário onde paramos. A essa altura, após duas horas e alguns minutos de estrada ruim, já era hora de almoço.
Logo achamos o restaurante onde encomendamos uma galinhada e também carne de sol.
Aproveitei o tempo do preparo do almoço para conhecer a primeira cachoeira, que fica bem à frente do restaurante. Encontrava-se repleta de crianças brincando. Aproveitei para fazer algumas fotos.
O Calor era imenso e indispensável tomar uma cerveja gelada.
Depois do almoço, seguimos às orientações prestadas de dois policiais militares que nos indicaram o caminho ou trilha para as próximas cachoeiras, que ficam, no máximo, a cinco minutos de caminhada da outra. No percurso, pudemos observar uma mata ciliar interessante com árvores de cerrado e de caatinga.
Logo chegamos à segunda cachoeira, que compunha de uma pequena queda d’agua com grande volume e forte correnteza.
Aproveitamos para tirar algumas fotos e seguimos para a cachoeira principal, mais cinco minutos acima.
Quando no meio da mata em que estávamos caminhando, descortinou-se uma bela e grande queda d’agua com um imenso espraiado local, excelente para banho.
A água não estava fria, tendo em vista que segue por um grande espraiado, além de percorrer todo um pântano.
No local, aproveitei para tirar inúmeras fotos e de onde se observa também, ao fundo, o prédio da usina hidroelétrica.
Infelizmente, não podíamos ficar nesse belo lugar por muito tempo, pois sabíamos da imensa caminhada e estrada que iríamos enfrentar de volta e, por fim, o que temíamos realmente aconteceu: chegamos de volta a Januária já era noite.