(por: José Rodolpho Assenço)
A Serra de Natividade ou Olhos D´água, nome inicialmente dado pelos bandeirantes e mineradores no século XVIII, localiza-se ao lado da cidade de mesmo nome no Tocantins e foi ponto de partida da colonização de toda a região.
Descoberta pelo minerador Antonio Ferraz de Araújo por volta de 1733, quem ali fundou o primeiro núcleo urbano em 1734.
A história remete ao nome de arraial de São Luiz — em homenagem a Dom Luiz de Mascarenhas (Conde de Serzedo), que foi governador da Província de São Paulo à época — que teria sido edificado no alto da serra, perto do local conhecido como Lagoa Encantada. Porém, pesquisas e registros realizados pelo IPHAN identificam o local como sendo apenas alojamento de escravos e trabalhadores no garimpo, e não uma vila, sugerindo, assim, que São Luiz surgiu concomitantemente com o arraial de Natividade. Sobre esse fato, já constam registros de poucos anos depois, inclusive sobre a construção da primeira Igreja, a de São Benedito.
Natividade tem também momento de grande importância histórica a partir de 1806, quando foi sede provisória da Comarca do Norte, ou Comarca de São João de Duas Barras, um desmembramento da então Província de Goyaz, que teve, na pessoa de Joaquim Teotônio Segurado, sua criação. Este foi o primeiro defensor e o pai da ideia de se ter uma unidade da federação do Tocantins.
Três grandes igrejas foram edificadas: a de São Benedito, a Matriz de Nossa Senhora de Natividade e a de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, esta a maior de todas, apesar de nunca ter sido concluída.
Na serra, se escondem diversas ruínas em quase toda a extensão, registrando a presença do homem em tempos passados, inclusive dos que cuidavam dos garimpos. Alguns desses garimpos ainda estão ativos. Extraem-se deles o precioso metal, que pode ser encontrado em algumas ourivesarias da cidade.
A serra é linda e imponente, podendo ser avistada a muitos quilômetros e se destacando em toda a região. Há quem diga que, do alto da serra, é possível avistar, à noite, as luzes do Porto Nacional e de Palmas, bem como das demais cidades vizinhas.
Ela ainda brinda a cidade de Natividade no período das águas com uma bela imagem de sua cachoeira bem de frente ao núcleo urbano. Pode ser vista de quase todo local da cidade. Por encontrar-se a aproximadamente um quilômetro do centro, é muito visitada e oferece diversas opções ligadas ao ecoturismo, com diversos córregos e cachoeiras, lagos, poços e piscinas naturais.
Há na região dos poções — como são chamados na cidade — diversas piscinas de água cristalina, muito convidativa para um banho, principalmente devido ao calor da região.
Por fim, não poderia deixar de registrar um local de parada obrigatória: a fábrica de biscoito doce e de polvilho, produzidos em fornos à lenha, bem ao centro da cidade, na praça da Matriz.