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TIO DÊGA e o Rancho Nativo

(por: José Rodolpho Assenço)

                        Em viagem a Serra Catarinense em especial a Urupema,  levei minha filha e Nayara para conhecer o Morro das Antenas, ou das Torres, mirante de observação do frio e de toda serra e planície a sua frente.

                        Em determinados dias do ano  e possível presenciar temperatura abaixo de dez graus negativos, local que sofre constantes geadas e até nevascas nos meses de alto inverno.

                        Como já conhecia toda a serra a grande surpresa dessa visita foi sem duvida nenhuma o Rancho Nativo, local que não existia quando de minha ultima visita a três anos. Uma grande construção composta de dois andares e com um restaurante abaixo. 

rancho nativo

rancho nativo

                        Localizado no alto da serra no entroncamento de duas estradas de terra, uma que sobe o morro e a outra que leva em direção a cachoeira que congela, o Rancho esta em um entroncamento de duas cidades com dois pontos turisticos.

                        Após a visita ao morro nos encaminhamos para o restaurante onde tivemos a grata satisfação de conhecer o “Tio Dêga” o Senhor Edgar Muniz que rapidamente nos recebeu muito bem, acompanhado de seu filho, apresentou todas as instalações do restaurante, e nos chamou para almoçar um menu serrano.

tio-dega

tio-dega

                        Tio Dêga contou-nos rapidamente alguns detalhes de sua trajetória, nascido e criado na região, trabalhou no campo, entre outras atividades e hoje esta aposentado.

                        Na câmara municipal de Urupema atuou como vereador por diversos mandatos tendo sido inclusive presidente da casa.

                        Contou-nos ainda, ter aceitado o desafio de construir e tocar o Rancho Nativo nas terras de seu conterrâneo e colega o dono das terras.  Este projeto levou em consideração que: inúmeros turistas, jornalistas, pesquisadores e curiosos subiam constantemente o morro em busca de paisagens geladas e que não havia nada no local para recebe-los de forma adequada.  Essa empreita que iniciou à dois anos ficou concluída neste, toda obra bem como sua casa logo acima do restaurante.

                        Contou Tio Dêga ter iniciado as atividades a poucos meses, porem, que estava achando interessante e enriquecedora a experiência.

                        O Rancho Nativo consiste em um grande salão onde de um lado Tio Dêga, organizou um palco para pequenos eventos, ao seu lado uma estante com vinhos e uma grande televisão, no dia de nossa visita aproveitamos ainda para assistir parte de um jogo da Copa do Mundo.

                        Do lado inverso um grande balcão de restaurante em granito tendo ao fundo uma churrasqueira e geladeiras.

  A sua frente um fogão de lenha com balcão quase no meio do salão, onde são servidas as refeições no estilo bem sulista.

                        Logo a sua frente o salão expande para defronte de grandes janelas de onde se pode observar a serra, espaço este composto de diversas mesas.

                        Não tardou para Tio Dêga nos presentear com outra surpresa, buscou seu violão subiu ao palco e começou a cantar musicas “gaúchas” , inicialmente só e logo após acompanhado de seu filho no acordeom.   Ficamos alguns bons momentos juntos desfrutando desse estilo musical enquanto almoçávamos e tomávamos um vinho da região.

palco-no-rancho-nativo

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                        O almoço por sua vez, servidos em panelas de ferro sobre a grande mesa que acompanhava o fogão de lenha.

                        Terminado o almoço aproveitei para tirar inúmeras fotos do ambiente dos equipamentos do Rancho Nativo e de sua fachada.

fachada-do-rancho-nativo

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                        Finalizei as fotos com externas onde busquei mostrar a estrada de terra que liga os dois pontos turísticos, a rodovia logo a frente tendo com destino a direita Urupema e a esquerda Rio Rufino.

                        Permanecemos no local conversando por muito tempo e mais ao final da tarde seguimos para São Joaquim.

URUBICI – Pássaro brilhante, terra do turismo de aventura

(por: José Rodolpho Assenço)

                        Urubici, pássaro brilhante, é o nome de uma ave, uma espécie de galináceo, existente na região do alto Rio Canoas, hoje uma bela cidade encravada entre duas serras no planalto catarinense, conhecida como a capital do turismo de aventura devido aos inúmeros desfiladeiros e cachoeiras que a cerca.

cachoeira_em_urubici

cachoeira_em_urubici

                        Sua pré-história é rica. Conta com diversos sítios arqueológicos com mais de quatro mil anos. Foi habitado em seus primórdios pela tríbu xoquelengue, de origem tupi-guarani.

sitio_arqueologico_em_urubici

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                        O marco histórico de Urubici foi por volta de 1710 quando da entrada dos jesuítas com ordens reais para que conquistassem o vale e catequizassem os índios ali existentes.  Porém, somente no final do século XIX,  é que a região foi definitivamente ocupada e se iniciou a formação de um povoamento — a partir de 1920 — que foi incrementado com a chegada de imigrantes, principalmente italianos, na região do vale.

                        Conta a história que toda a região era pantanosa, e tomada de um imenso pinheiral, o que também aguçou a curiosidade dos madeireiros que, por fim, se estabeleceram no povoamento.  Esse povoamento somente foi elevado à categoria de município em 1956.

                        A cidade conta a sua volta com diversas possibilidades de lazer e aventuras, como por exemplo, diversos paredões e cachoeiras indicadas para a realização de rapel, canoagem em diversos rios da região, rampas de salto de asa delta, tudo acompanhado da inigualável paisagem da serra, uma constante em todas as direções.

                        Importante se conhecer a cidade e visitar a serra e seus picos, a Serra do Corvo Branco e o Morro da Igreja.

                        Em minha visita a essa cidade, percebi que, além de estar totalmente em um vale cercada por diversas serras, o seu núcleo urbano é bem agradável, arborizado e extenso.

vista_de_urubici

vista_de_urubici

                        Assim que cheguei à cidade, segui pela Avenida Adolfo Konder, ampla e bem agradável, com diversas casas simpáticas que lembram a colonização alemã e a italiana na região. Visitei o Centro de Atendimento ao Turista e a interessante Igreja de Santa Catarina, ao lado da qual estacionei o carro por algum momento.

igreja_de_santa_catarina_em_urubici

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                        Em seguida, prossegui por toda avenida até chegar à igreja principal, logo acima de um leve outeiro: a Igreja Matriz de Nossa Senhora Mãe dos Homens, em estilo gótico, que é uma das maiores de todo o estado de Santa Catarina.  Após muitos anos de construção, sua inauguração se deu apenas em 1973, obra do Padre José Alberto Espíndola, cujos restos mortais estão sepultados no interior dessa casa de Deus.  Consta que o padre ganhou reputação de santo, e diversas graças foram atribuídas a ele.

matriz_de_nossa_senhora_mãe_dos_homens

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                        Outro fator interessante foi constatar que essa bela obra gótica foi realizada completamente com dinheiro doado pela comunidade de Urubici.

matriz_de_urubici

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                        Após o almoço, segui em direção ao Mirante da cidade, subindo uma das serras a seu redor, para registrar imagens de tudo que podia alcançar.

urubici_vista_do_mirante

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                        Prossegui deste local até um dos sítios arqueológicos onde os primitivos moradores deixaram inúmeros petróglifos.

inscrições_rupestres_em_urubici

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                        Antes de finalizar meu passeio à cidade, busquei fotografar uma das inúmeras cachoeiras a seu redor. Como me recomendaram conhecer, também, a Cachoeira do Avencal, segui  mais um trecho de serra acima até chegar a um local de floresta de araucárias, onde estacionei o veiculo.

                        Estava determinado a fotografar a cascata de mais de cem metros de altitude. Apesar do belo parque de pinheiros que estava a minha volta, onde inúmeros jovens praticavam, naquele momento, arvorismo, chamou-me mais atenção um belo lago com uma ilha ao meio.

lago_no_avencal

lago_no_avencal

                        Percebi que toda a área acima da cascata é composta de inúmeras nascentes que e, juntas, se precipitam com o córrego de mesmo nome.

                        Chegando à cachoeira, registrei algumas fotos. Havia, no momento, uma excursão, o que atrapalhou se fotografar, em melhor ângulo, a cascata do Avencal.

cascata_do_avencal

cascata_do_avencal

                        Por fim, caminhei pelo parque por alguns minutos, conhecendo um pouco mais do local e da vegetação e finalizei, em seguida, minha visita a essa fantástica cidade.