(por: José Rodolpho Assenço)
Biribiri, que em tupi-guarani significa buraco fundo, é uma vila incrustada na serra e no parque estadual de mesmo nome a aproximadamente doze quilômetros de Diamantina, volta lentamente a ser ocupada e desponta como um polo de turismo, de lazer e de aventura. Local bucólico, tranquilo e que guarda em sua fábrica abandonada lembranças de seus antigos moradores.
Neste ano, tive a oportunidade de conhecer a bela vila de Biribiri acompanhado de Nayara e do fotógrafo Cleber Medeiros, quando de nossa estada rápida por Diamantina, no feriado de Corpus Christi.
A vila teve início quando da instalação de uma fábrica de tecelagem pela família Mascarenhas, em 1877. Some a isso o fato de que construíram uma vila para abrigar os funcionários que ali iriam trabalhar alem de uma pequena hidroelétrica.
No auge, a fábrica chegou a ter mil e duzentos funcionários e a vila um total de 35 casas, uma Igreja, um clube, refeitório e demais aparatos necessários para o dia a dia dos funcionários.
Porém, no início da década de setenta do século passado, devido aos altos custos de produção, a família Mascarenhas decidiu fechar a fábrica e tentou vender a fazenda, não obtendo êxito.
Depois de vários anos em que a vila ficou completamente desabitada, a família começou a vender os imóveis, entre os quais trinta casas, de forma parcelada.
Hoje já funciona, no local, dois restaurantes, uma pousada pequena, mas aconchegante. Planeja-se construir um prédio que servirá de hotel com mais de cinquenta leitos.
Em nossa viagem, saímos em uma manhã de Diamantina, ainda bem cedo, e começamos a percorrer quinze quilômetros em razoável estrada de terra que separa Biribiri daquela cidade. Logo alcançamos um local sinalizado informando tratar-se do mirante da cruzinha. Estacionamos o carro e descemos para fazer algumas fotos.
No alto do mirante, existe um singelo banco de madeira e, do local, avista-se diversas montanhas da cordilheira do alto rio Jequitinhonha.
Na sequência, em mais alguns quilômetros, entramos para conhecer a Cachoeira do Sentinela e ficamos maravilhados com a transparência de suas águas, o verde que a cerca e a tamanha beleza.
Muitas fotos fizemos, sem poder, de maneira alguma, desfrutar do mergulho, pois a temperatura naquela manhã estava em torno de doze graus e havia feito muito frio na noite anterior.
Após passear por toda a cachoeira, seguimos nossa viagem até Biribiri e passamos por uma ponte onde se encontra assentada a hidroelétrica. Em seguida, deparamo-nos com um grande buraco na serra de onde já avistávamos a vila abaixo.
Logo que chegamos à vila, por volta de meio-dia, havíamos caminhado bastante e encontrávamos cansados.
Entramos no restaurante do Adilson e sentamo-nos a uma mesa abaixo de uma mangueira, no largo central da vila, tendo ao nosso lado o antigo clube desativado. Descansamos um pouco enquanto aguardávamos a fome para apreciar o buffet do restaurante. Enquanto isso, tivemos a oportunidade de conhecer uma cerveja forte, vermelha, encorpada de excelente qualidade produzida em Diamantina com o nome de “Diamantina Garimpo”.
Após o almoço, seguimos para fotografar a bela Igreja da vila, as casas ao largo e o prédio do seminário.
Realizamos muitas fotos no local e dispensamos mais de uma hora visitando as casas dessa vila para, ao final, seguirmos para conhecer a pousada.
Fomos bem recebidos e prontamente apresentaram todas as dependências do estabelecimento. Nayara ficou maravilhada e queria se instalar de qualquer maneira na pousada, porém não havíamos previsto pernoitar, além de que, por motivos de um casamento na vila, não haveria quartos disponíveis nos dias seguintes.
Após esse belo dia em visita a Biribiri. Retornamos para a grande e bela Diamantina, de onde seguiríamos a noite pela procissão de Corpus Christi para fotografar o evento.