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PALÁCIO CONDE DOS ARCOS

(por: José Rodolpho Assenço)

                        O Palácio Conde dos Arcos, conhecido por Casa Chata, com poucos predicados e com uma fachada singela, representa um marco e importante monumento histórico de Goiás. Remonta a época da constituição da Capitania. Foi sede do governo até a transferência da capital para Goiânia.

palácio_conde_dos_arcos

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                        Estávamos na cidade de Goiás eu e Cleber Medeiros. Tínhamos acabado de chegar de uma excursão a alguns arraiais e, devido ao adiantado da hora, jantávamos na pequena casa de massas do proprietário Vinicius, com quem conversamos muito. Ele nasceu e foi criado em Uberlândia, tendo casado com uma jovem de Goiás. Depois de muitos anos de trabalho em diversas empresas, decidiu, com sua esposa, vir morar nessa cidade histórica, no intuito de buscar uma qualidade de vida diferenciada.

          Naquele momento, informei ao Cleber que não poderíamos seguir a Brasília sem visitar e produzir algumas fotos do Palácio Conde dos Arcos.

                        Mas jantávamos uma “crepioca”, especialidade do Vinicius, que consiste em um crepe montado em uma cama de tapioca bem fina.

                        Após um dia cansativo e uma noite reparadora, assim que conseguimos levantar e tomar café, seguimos até a Praça Tasso Cardoso, no centro de Goiás, no intuito de realizar essa última visita de nossa estada nessa antiga capital.

                        Logo ao chegar, depois de algumas fotos frontais, tentamos circular quase todas as laterais do Palácio, que ocupa diversos lotes. Em sua lateral, que fica de frente da Igreja Matriz de Nossa Senhora de Sant’Anna, registrei uma longa varanda com janelas, portas e bandeiras ao mastro.

varanda_do_palácio_conde_dos_arcos

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                        A História do Palácio Conde dos Arcos inicia-se em 1749, quando o Rei de Portugal decidiu criar a Capitania de Goyaz,   empossando, para tal feito, Dom Marcos de Noronha, “o Conde dos Arcos” para governador.

                        Após toda uma longa viagem, assim que o novo governador chegou a Vila Boa, não encontrou nenhum estabelecimento que servisse para ser a sede de um governo de capitania e, assim, decidiu pela aquisição de cinco lotes com casas, as quais foram derrubados para a construção do referido palácio. 

                        Esse Palácio sofreu  reformas ao longo do tempo, como algumas ampliações, não desconfigurando, no entanto, suas características originais.

                        Assim que eu e Cleber entramos pela porta principal do palácio, observamos duas meias escadas, uma de cada lado, levando a direções opostas.  Embora o palácio esteja construído em plano térreo, foi elevado no tocante ao nível da rua por quase dois metros.

saguão_do_palácio_conde_dos_arcos

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                        Escolhemos um dos lados e prosseguimos nossa visita. Inicialmente, passamos por diversos aposentos, alguns maiores com cama de casal; outros menores e mais simples.

quarto_no_palácio_conde_dos_arcos

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                        Encontramos em outro cômodo uma sala de reunião e de chá; uma segunda sala de reunião e algumas salas, poucas, de escritório.

sala_de_chá

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                        Nessa sequência, chegamos ao escritório do governador, com uma mesa singela onde observamos o local utilizado para portar as bandeiras e um grande quadro fotográfico registrando que, naquele local, o então Governador Pedro Ludovico Teixeira, em 1937, assinou definitivamente a transferência da capital para Goiânia.  Um dia terei o prazer de relatar uma história à parte, pois se acreditava, e com alguma razão, que a capital estando espremida entre ruas de prédios coloniais e as serras, além de um clima tão quente, não seria favorável ao desenvolvimento do estado.

gabinete_do_governador_no_palácio_conde_dos_arcos

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                        Pois bem, prosseguimos nossa visita e vimos, ao fundo, um grande jardim composto de um patamar com escadas, casas de funcionários e, no lado oposto, uma bela fonte que funciona plenamente até hoje.  Desse jardim, vimos a gigantesca Igreja de Sant’Anna.

patio_e_jardim_do_conde_dos_arcos

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                        Após apreciar, visitar e registrar esse belo jardim, retornamos ao palácio, seguindo pela galeria de governadores.

galeria_de_governadores

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Em seguida, deparamo-nos com uma longa varanda e outro jardim de menores proporções.

jardim conde_dos_arcos

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                        Já na última ala, suas salas estão dedicadas a espaços para exposições de artes.

escritório palácio_conde_dos_arcos

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                        Na saída, busquei fotografar, por fim, uma composição, utilizando do flash como auxiliar, do palácio e da Igreja da Boa Morte, hoje Museu de Arte Sacra da Boa Morte.

                        Finalizamos, assim, nossa visita a esse importante prédio histórico que marca o início de um governo independente, antes pertencente à capitania de São Paulo. 

OLHOS D´AGUA

(por: José Rodolpho Assenço)

                        Em uma manhã de sábado, decidi seguir caminho em direção a Olhos D´agua, povoado distante de Brasília não mais que cem quilômetros, famoso pelo seu artesanato e por alguns restaurantes. Fazia doze anos que, pela primeira vez, havia visitado esse local.

igreja_de_olhos_d´agua

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                        Segui nessa empreita na companhia de minha namorada, que não conhecia o local. Cerca de uma hora de viagem, chegamos ao povoado. Seguimos diretamente para a praça central desse lugarejo, que já foi município e que perdeu essa condição para Alexânia, Goiás.

restaurante_em_olhos_d´agua

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                        Conta a história da região que ainda na década de trinta do século passado uma ex-escrava chamada Francisca dos Anjos teria feito uma promessa a Santo Antonio e, caso fosse atendido o seu pedido, ergueria uma capela para ele nessa local, junto a um olho d´agua, que era utilizado pelos viajantes de então. No entanto, um padre da época se entusiasmou com a  história e se antecipou, pedindo aos fazendeiros que ajudassem na construção da Igreja de Santo Antonio, o que se concretizou em 1941.

                        Com a construção da Igreja, seguidas de festas para o referido Santo, formou-se o povoado que passou a se chamar Santo Antonio de Olhos D´agua, devido o início da construção de Brasília, teve seu crescimento acelerado, isso em 1956. Logo em 1958, desmembrou-se de Corumbá de Goiás, tornando-se município, condição essa, porém, que durou pouco tempo, pois, logo em 1961, a sede, por decisão da Câmara, mudou-se para a recém-criada Alexânia, devido ao crescimento acelerado deste novo povoado às margens da BR-60.

                        Olhos D´agua é famosa por suas festividades de Santo Antonio e do Divino, mas especialmente devido a sua tradicional feira de troca, que acontece duas vezes ao ano para divulgar e promover os artesões da localidade.

bandeiras

bandeiras

                        Outro tópico de destaque é a praça central de Olhos D´agua, ou Praça de Santo Antonio, por estar localizada exatamente na linha imaginária do Tratado de Tordesilhas, que dividia os territórios pertencentes a Portugal dos da Espanha. Esse assunto foi tratado pelo historiador Paulo Bertran, especialista em pré-história de Goiás. Aliás, foi prevista a construção de um monumento ao Tratado de Tordesilhas, que será erguido na Praça Santo Antonio com desenhos dos brasões de Portugal e da Espanha.

casa_em_olhos_dagua

casa_em_olhos_dagua

                        Voltando a minha incursão, assim que chegamos à Praça, tiramos algumas fotos e observamos uma simpática charrete que passeava com crianças pelo povoado. Visitamos uma pousada e fotografamos as casas mais antigas, justamente as que estão em volta da referida praça, de calçamento em pedra semelhante à de Pirenópolis.

olhos d´agua

olhos d´agua

                        Fomos recebidos pelo amigo médico Dr.Luis Cláudio, que nos convidou para conhecer e almoçar no Restaurante “ComTradição”, que conta com uma culinária caipira com toques de requintes e um excelente doce de leite e de banana como sobremesa.

comtradição

comtradição

                        O restaurante é amplo e arejado, onde seus proprietários recebem a todos com muita atenção e carinho, e também serve de palco para exposições artísticas de quadros, pinturas e gravuras.

galeria

galeria

exposiçao_no_comtradiçao

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                        Mas um passeio pela agradável vila aconteceu após o almoço, quando visitamos uma loja de artesanato bastante interessante, que fica situada defronte à igreja.

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                        Por fim, vale registrar, que tomamos conhecimento da existência de algumas belas cachoeiras e banhados nas proximidades de Olhos D´agua. Deixamos para visitá-los em outra oportunidade.