(por: José Rodolpho Assenço)
Diamantina, cidade histórica e serrana de Minas Gerais, se prepara anualmente para a passagem da procissão de Corpus Christi, importante manifestação religiosa da cidade.
É uma tradição adquirida da também histórica Ouro Preto (MG). Por isso, ela se prepara para a procissão com decorações nos casarões, tapete especial — feito com serragem colorida folhas e flores, em um colorido único e interessante — por onde passam os fies.
Tivemos a oportunidade de participar de um evento desses no corrente ano. Estávamos acompanhados do fotógrafo Cleber Medeiros, e todos imbuídos da pretensão não só de conhecer a região, mas também de participar, acompanhar e fotografar esse evento secular. Logo cedo, já encontramos diversas famílias preparando o tapete para a procissão que ocorreria ainda no mesmo dia.
Retornamos mais ao final da tarde no intuito de fotografar diversas partes desse imenso tapete estendido no centro da cidade.
A origem da festa de Corpus Christi remonta ao século XI, quando o Papa Urbano IV criou-a com o fim de lembrar a caminhada do povo de Deus em busca da Terra Prometida. Posteriormente, foi incluída a Eucaristia ao evento.
Nos dias de hoje, a procissão — que dá uma grande volta ao centro da cidade, ligando duas importantes Igrejas e finalizando na Matriz — acontece sessenta dias após o Domingo de Páscoa ou na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade. Neste caso, refere-se à quinta santa, data em que Jesus instituiu o Sacramento da Eucaristia, e se trata de um importante feriado religioso.
Cedo, tivemos a oportunidade de assistir à Missa, quando uma grande multidão aguardava de pé de frente da Igreja Matriz. Foi uma missa longa, culminando com a Eucaristia. Permanecemos cerca duas horas em pé acompanhando o evento e fotografando. Buscávamos, a todo momento, registrar esse culto e a grande multidão na praça.
Tivemos a curiosidade de observar as palavras do sábio Bispo, que falou sobre Deus, além dos problemas da atualidade e de nossa sociedade – muito coerente em suas palavras.
Terminada a missa, começou os preparativos da procissão. Alguns sacerdotes desceram pela escadaria de frente à Matriz e diversos devotos os aguardavam segurando uma grande tenda. Momentos seguintes, foi a vez do Bispo, acompanhado de seus sacerdotes, seguir para baixo da tenda com a imagem da Santíssima Trindade.
Outros se colocavam nas laterais balançando os purificadores.
Acompanhamos o início da procissão com o Bispo e os sacerdotes cantando em latim, e uma grande quantidade de súditos acompanhando.
Logo em seguida, escapamos do corpo principal da procissão para buscar um local mais à frente, onde poderíamos realizar algumas fotos frontais da procissão chegando, o que, nesse primeiro momento, as fotos ficaram um pouco prejudicadas, mas não desistimos do intento.
Vale registrar que, logo na frente da procissão, vinham diversas crianças vestidas de anjos nas cores branca, rosa-claro e azul-claro. Na sequência, havia uma bandeira da Santíssima Trindade e os purificadores.
Em determinado ponto da procissão, em uma rua de pedra um tanto estreita, decidimos escapar novamente no intuito de buscar, uma vez mais, uma imagem frontal perfeita para melhor registrar esse evento. Para tanto, aproveitamos de um beco, cortando caminho para a rua logo à frente.
Caminhamos rapidamente, o que resultou no desejado, conseguindo chegar à rua principal antes da procissão passar.
Nesse segundo momento, em uma rua empedrada, porém mais larga, conseguimos registrar boas imagens frontais da procissão e decidimos, assim que passou o corpo principal, acompanhá-la até o final de sua chegada à Matriz, mas sempre fotografando.
Ao final, descemos a rua à esquerda da Matriz para a área comercial de lojas e bares onde Nayara nos esperava, uma vez que decidiu nos aguardar naquele local, evitando, assim, não ter que correr sobre as ruas de pedras redondas coloniais do antigo Arraial do Tejuco.