(por: José Rodolpho Assenço)
Itaberaba, nome tupi-guarini, significa “pedra que brilha”. Trata-se de uma cidade do sertão baiano, simpática e hospitaleira e com histórias interessantes, distante 260 quilômetros de Salvador,.
Possui uma população estimada em setenta mil e é conhecida nacionalmente pela grande produção de abacaxi em suas terras semiáridas.
Inúmeras vezes tive a oportunidade de me hospedar nessa cidade quando de passagem para o litoral. Fazia essa escolha por achá-la acolhedora, simpática e com bons bares e restaurantes, além de diversos hotéis. Em minha última estada, aproveitei para, numa manhã, conhecer o outeiro onde fica a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, local de sua primeira capela e início de sua história.
A região foi palco de inúmeros conflitos entre os índios Maracás de raça Tapuias que habitavam a região. Índios guerreiros e grandes flecheiros, sempre terminavam em batalhas quando da invasão de suas terras pelos bandeirantes e colonos.
Inicialmente, bandeirantes entravam nessa disputa ou para escravizá-los ou em busca do ouro, logo adjacente na Serra do Orobó. Desde 1560, existem registros dessas batalhas na região.
A Serra do Orobó, por sua vez, abrigou os Quilombos de Orobó e de Andaraí.
Orobó foi o quilombo mais importante e temido da Bahia, o que levou a se organizar uma expedição em 1796, no intuito de eliminar a existência desses quilombos, fato ocorrido em 1798 com a prisão de apenas treze negros sendo que os demais teriam fugido da numerosa tropa de Bento José Pereira, nomeado para tal feito, para outros quilombos mais distantes.
O núcleo começa com a criação da fazenda São Simão pelo Capital Manoel Rodrigues Cajado em 1768, e pela aquisição dela por Antonio de Figueiredo Mascarenhas, o qual mandou construir, em 1806, uma bela Capela no centro de um pequeno outeiro em louvor a Nossa Senhora do Rosário.
Em pouco tempo, um núcleo urbano crescia ao redor dessa capela criando, assim, o povoado de Rosário do Orobó, posteriormente Nossa Senhora do Orobó e, por volta de 1850, passou a se chamar simplesmente Orobó.
Em minha passagem, acompanhado de Nayara, logo que devidamente instalado, busquei a praça próxima à Avenida Ruy Barbosa — onde se concentra inúmeros restaurantes —, em busca de descanso e de um jantar, deixando como missão para a manhã seguinte subir o pequenino outeiro para conhecê-lo.
Assim foi feito. Na manhã seguinte, seguimos ao outeiro composto de uma bela e larga praça e diversas casas e casarões do século XIX, bem como outras que remetem às décadas de vinte e trinta do século passado.
Assim que estacionamos o carro, ficamos por algum momento observando e fotografando um interessante caramanchão em forma circular, logo à frente da Igreja.
Na sequência, tiramos algumas fotos da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, que substitui a antiga capela do Orobó ao centro do largo da praça.
Em seguida, não hesitamos em observar e em fotografar algumas casas e sobrados muito interessantes.
Um casarão térreo bem decorado em cores fortes logo à frente no lado oposto da praça também nos chamou bastante a atenção.
Prosseguimos, fotografando e conhecendo toda a praça. Satisfeitos, seguimos nossa viagem ao próximo destino.