(por: José Rodolpho Assenço)
A Casa de Cultura de Paracatu e o Largo da Jaqueira constituem belos patrimônios dessa cidade. Incrustados no centro histórico, situam-se ao final da Rua do Ávila (esta totalmente de casarões do período Imperial), na praça Coronel Fortunato.
Em uma viagem, no começo desse ano, para visitar alguns amigos da cidade, fui avisado pelo Secretario de Cultura, Senhor Isac, da existência de uma bela exposição de artes sacras, de um acervo particular, acontecendo na Casa de Cultura.
Decidi, então, visitar a exposição, aproveitando para fotografar esse prédio histórico e sua inserção no contexto de todo o largo.
A Casa de Cultura de Paracatu teria sido o Palácio do Conselho das Minas da Vila de Paracatu do Príncipe e teria sido conhecido, à época, pelo nome de Prédio Baixo do Conselho, construído pelo comendador Domingos Pimentel de Ulhôa entre os anos de 1854 e 1857 e local onde viveu com sua família por anos.
Posteriormente, residiu no casarão o Coronel Fortunato Botelho, sendo que esse possuía, na parte inferior do casario, e por volta dos anos 1860 e 1870, um grande armazém.
Em 1880, o casarão sediou a Escola Normal de Paracatu, e, posteriormente, o colégio Afonso Arinos até 1930.
Depois, pela proposição do professor e historiador Lavoisier Wagner Albernaz, com o apoio do prefeito à época, foi criada a Casa de Cultura de Paracatu e, por fim, em 2006, o casarão teve uma delicada restauração, tornando-o mais parecido com o original.
Assim que cheguei ao local, iniciei minhas fotos da composição do Largo da Jaqueira de alguns casarões que passam nesse momento por um processo de reforma e restauração.
Já estive nesse local por diversos momentos. Num deles, pude observar um destes eventos: no decorrer do mês de outubro, por ocasião do aniversário da cidade, ali se apresentam uma opereta — onde a plateia fica ao centro, no largo propriamente dito — e os músicos, que a executam das janelas e sacadas dos casarões; em outro, presenciei, no período do carnaval, quando ali também acontece a festa de carnaval de outrora, ocasião em que se executam diversas machinhas do início do século passado.
Ainda nesse local, acontece a festa da cachaça, com exposição das diversas aguardentes fabricadas na região noroeste.
Realizei algumas fotos da fachada de frente do largo do casarão e parti para a visita à exposição — mencionada pelo secretário Isac — e ao belo prédio.
Logo que entrei no casarão, aproveitei para fotografar diversas imagens religiosas, santos, estatuetas, toalhas e cortinas na composição.
O casarão é composto por diversos cômodos, e a exposição ocupou três desses conjuntos, os quais tive o prazer de visitar.
Segui para os demais cômodos do palácio no intuito de fotografar estes e os móveis de época existentes no local.
O prédio possui também uma grande área interna ornamentada com diversos vasos de orquídeas, espelhos antigos, uma bela varanda da qual se pode observar a parte inferior da casa, onde provavelmente tenha sido a senzala e posterior armazém de secos e molhados.
Em seu quintal, ao fundo, construído em pedra¸ há um anfiteatro.
Por fim, antes de finalizar a visita, estive em um pequeno e antigo auditório, provavelmente onde funcionava o antigo conselho.
Finalizada a visita, e tendo colocado meu registro ao livro de visita da exposição de artes, segui pela Rua de Ávila até uma quitanda especializada em vender biscoitos e doces produzidos na região.