(por: José Rodolpho Assenço)
O Sitio Arqueológico do Bisnau situa-se a 42 quilômetros de distância da cidade goiana de formosa, no sentido norte, em uma região de serra que antecede o vão do Paranã, conhecido como serra do Povoado JK.
Trata-se de uma região de formação calcária e arenítica de vegetação densa e exuberante, repleta de pequenas fazendas de gado.
Há muito ouvia falar sobre esse local e já cheguei a passar algumas vezes de carro próximo de lá, pela estrada BR-020, seguindo no rumo norte e, em algumas vezes, parei para almoçar no topo dessa serra, em pequenos restaurantes especializados em cozinha caipira, tudo feito em fogão de lenha, e o cardápio sem escapar da carne de porco ou da galinhada.
Em um domingo, convidei Ana Paula, minha companheira, e seu pai para saborear uma comida da roça. Informei que o local era “logo ali”! Passados poucos quilômetros de Formosa, questionaram-me sobre a distância, mas não tive que dar muitas explicações, pois já estávamos chegando ao restaurante, no acesso ao Bisnau, onde, por volta de uma hora da tarde, desfrutamos de uma galinha caipira com legumes e mandioca.
Após o almoço, seguimos por uma estreita estrada de terra, que leva a uma fazenda, local onde se situa o sitio arqueológico. Ultrapassadas algumas porteiras, chegamos à fazenda e partimos em direção ao sitio.
Trata-se de uma grande Lage de pedra calcária, com uma inclinação de uns 20 graus. Mal subimos, formos surpreendidos pela imensa quantidade de petróglifos — escavações rupestres na pedra em baixo relevo — contendo informações múltiplas e indescritíveis figuras.
Em algumas delas, conseguimos observar imagens geométricas que nos fazem lembrar estrelas; noutra, é possível identificar figuras de animais e rodas.
Observamos, inicialmente, um desses desenhos, onde continha três círculos, sendo o primeiro maior e em formato de um olho, ligado verticalmente a dois menores.
No seguinte, havia círculos ligados perpendicularmente, assemelhando-se à figura de um cabide.
Passamos, na sequência, para outro local dessa grande laje, onde diversas figuras se confundem: havia duas grandes barras, diversos círculos, uma figura análoga à humana e outra na configuração de um cacho de uvas.
Aproximamos um pouco mais e percebemos que pequenas figuras isoladas pareciam refletir-se ao sol ou a luz do sol.
Intrigantes também, além dos diversos círculos com formato de olho, são os desenhos que parecem formar um colar de contas com uma linha atravessando-as.
Próximo dali, também encontramos outra que lembra alguém segurando uma roda.
O local já foi visitado por pesquisadores de diversos paises e estima-se que os petróglifos sejam datados de aproximadamente dez mil anos.
Passeamos por toda a laje registrando uma quantidade considerável de imagens dessas figuras inusitadas e, após um bom tempo analisando essa obra de arte, percebemos que uma chuva forte se aproximava. Decidimos então, naquele momento, terminar nossa observação e retornar para casa, todos satisfeitos tanto pela visita ao sitio arqueológico como pelo almoço.