(por: José Rodolpho Assenço)
O Complexo das Cachoeiras do Prata e do Ascânio representam um importante destino de ecoturismo e de turismo de aventura do Noroeste de Minas e localiza-se quase na divisa desse estado com o de Goiás. O acesso para esse local é feito, partindo de Paracatu, por uma estrada que se encontra com a rodovia BR 60 a meio caminho para Catalão.
Partimos eu, meus filhos e o caro amigo Humberto Neiva com sua família de Paracatu para essa empreitada, passando antes em uma casa de carnes para providenciar a matula (conjunto de alimentos para o dia), pois não tínhamos notícias de infraestrutura no local. Compramos então carnes, farofa, arroz. E levamos ainda talheres e copos.
O conjunto de cachoeiras encontra-se a aproximadamente quarenta quilômetros do centro de Paracatu, sendo uns trinta quilômetros em estrada de terra — com grande trânsito — muito mal conservada: costeletas, buracos foram uma constante em nossa viagem. Decidimos seguir numa camionete, a fim de evitar a quebra de algum veículo de passeio.
Chegando ao local, decidimos descer inicialmente para a cachoeira do Ascânio. Além de ser a mais famosa, aproveitamos para ali descansar um pouco objetivando fazer o trajeto principal. A descida nesse local é íngreme e perigosa. Segui na frente com a máquina fotográfica e ainda apoiando meus filhos, mas sempre tentando, de alguma forma, dar a maior condição de segurança a todos.
Assim que saímos de uma mata mais densa, descortinou-se a nossa frente a bela cachoeira do Ascânio com seu lago — ou poço — logo abaixo, coisa extremamente convidativa para um mergulho. E assim aconteceu, todos desfrutamos desse inesquecível momento.
A subida de volta foi bem desgastante também; acompanhei meus filhos novamente em todo trajeto perigoso e, após matar a sede, devido o adiantado da hora, acampamos para almoçar da matula que levamos.
À tarde, prosseguimos em novas caminhadas. Chegamos à parte de cima da cachoeira do Ascânio, com sua queda de aproximadamente cinquenta metros. Local perigoso, de onde a altura e as pedras causam uma sensação de medo a todos que andam por aquele beiral. Com rochas de cor avermelhada, há uma composição única com o denso verde da mata.
Caminhamos, em seguida, para a Barra do Prata, local onde há muito tempo foi construída uma represa no intuito de produzir uma grande queda de água, a primeira hidroelétrica do Norte de Minas. Saindo da mata, consegue-se ver ainda alguns grandes tubos metálicos por onde a água descia com pressão até a usina.
Todo o local é composto de rochas avermelhadas que em algum momento sugere ser uma escadaria gigante.
Mas abaixo, outra cachoeira do complexo e seus belos remansos. Nessa ocasião, empolgado com a beleza exuberante do local, fiz inúmeras fotografias.
Com tudo isso registrado, e feliz com o passeio na ótima companhia de Humberto, e de meus filhos, seguimos o caminho de volta pela cansativa estrada de terra rumo a Civilização.